De salientar também que se associou, durante as festas comemorativas do primeiro centenário do nascimento de José Estevão, à inauguração de um monumento em memória de todos os aveirenses que morreram, sofreram e combateram pela liberdade. Nesse sentido Marques Gomes realizou um pequeno estudo a essas festividades. (Aveirenses que morreram, soffreram e combateram pela Liberdade, 1909, pp. 29-35).

O autor também publicou um trabalho acerca do centenário da Revolução Liberal de 24 de Agosto de 1820. Nesse estudo começou logo por glorificar a cidade de Aveiro referindo mesmo que a organização do Sinédrio teve ramificações na cidade aveirense. E prestou homenagem a Manuel Fernandes Tomás, um dos fundadores do Sinédrio juntamente com Ferreira Borges e Silva Carvalho, e que foi o motor da Revolução Liberal de 1820. (Centenário da Revolução de 1820, 1920, p.1; Aveiro Berço da Liberdade. A Revolução de 16 de Maio de 1828, 1928, p. 5).

Os conhecimentos de Marques Gomes sobre o constitucionalismo e a história nacional também mereceram destaque ao longo da sua carreira de escritor. Nesse sentido uma das obras mais importantes sobre a história constitucional do Portugal do século XIX intitulou-se Lutas Caseiras – Portugal de 1834 a 1851. Nesta obra o autor pretendeu dar a conhecer a história dos partidos políticos em Portugal num período bastante rico em revoltas partidárias até à Regeneração. Desse leque de partidos Marques Gomes fez a respectiva leitura ideológica: os vintistas mantinham a sua fé inabalável nos princípios liberais da Revolução de 1820, os moderados que se tornaram «dissidentes» dos princípios que presidiram à revolução liberal, os absolutistas que, apesar de se manterem fiéis ao seu ideário, aceitavam a transição para o liberalismo mesmo não concordando com o novo regime e os ultra-realistas que só reconheciam a autoridade do Reino a D. Carlota Joaquina (Lutas Caseiras, p. LXX).

Marques Gomes reflectiu também sobre a Revolução de Setembro de 1836 que repôs as prerrogativas da Constituição vintista. Para o autor uma das causas para esta revolta resultava do efeito da revolução em Espanha, no ano anterior ao da revolução setembrista, ter instituído como lei do Estado a Constituição de Cádiz em 1812.

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