Em finais de 1964 apresentou-se a provas de doutoramento em Ciências Históricas pela FL/UP, sendo aprovado e classificado com 18 valores (Santa Cruz de Coimbra na Cultura Portuguesa da Idade Média…, 1963-64 e 1964). Quatro anos mais tarde prestou provas de concurso para professor extraordinário (Algumas observações sobre a vida económica e social da cidade do Porto nas vésperas de Alcácer Quibir, 1967) e no ano seguinte, uma vez mais na sequência de concurso de provas públicas, atingiu a cátedra. Foi assim o 1º doutor e o 1º professor catedrático da sua Escola, onde, e a partir do doutoramento, passou a ser o delegado do Reitor (e Director interino), ou seja, o Director de facto. Em Julho de 1970 foi empossado como Director (o 1.º a título efectivo) da FL/UP, cargo que exerceu até Abril de 1974.

Afastado do cargo e da cátedra pelas alterações políticas do mês e do ano em causa, nos tempos de ‘interregno’ administrou uma empresa familiar e ensinou na Universidade Livre / Porto (1977-1986). A partir de Março de 1979 participou novamente em júris de provas académicas na FL/UP, e em Outubro seguinte reassumiu em pleno funções, retomando, e até à jubilação (1981), a regência de Paleografia e Diplomática (com a colaboração de Armindo de Sousa [1942-1998], que seria aliás o seu último orientando em doutoramento [provas em 1988]). Na fase final da vida ensinaria ainda na Universidade Portucalense (1986-1989), onde foi o primeiro Director da Revista de Ciências Históricas.

Foi académico de número da Academia Portuguesa de História. Formado por Coimbra, particularmente marcado pelos magistérios de Damião Peres (1889-1976) e de Manuel Lopes de Almeida, o «facies» do segundo prolongar-se-ia sobretudo no interesse pela Restauração, incluindo a edição de fontes (Catálogo dos manuscritos da Restauração da Biblioteca da Universidade de Coimbra, ed. de António Cruz e prefácio de Manuel Lopes de Almeida, 1936; Papéis da Restauração, vols. I-II, 1967-1969; e outras); do primeiro terá herdado uma dimensão de poligrafismo cronológico, ligado à formação enciclopédica haurida pelos lentes do Curso Superior de Letras e das primeiras décadas da FL/UL (v.g. Manuel Maria de Oliveira Ramos [1862-1931], José Maria Queirós Veloso [1860-1952], Agostinho José Fortes [1869-1940]) e que na Historiografia Portuguesa geraria vultos como Manuel Heleno (1894-1970), Salvador Dias Arnaut (1913-1995), Joaquim Veríssimo Serrão (n. 1925) ou o próprio António Cruz; e, de facto, a Obra deste último estende-se cronologicamente dos alvores do Reino às primícias do Liberalismo…

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