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Musicólogo, pedagogo, flautista e compositor. Ingressou aos 12 anos no Conservatório Nacional, onde completou os cursos de Flauta e Harmonia e estudou ainda Oboé e Piano. Sendo um instrumentista de mérito, era chamado a actuar com regularidade nas principais orquestras de ópera e teatro de Lisboa. Foi professor na Academia de Amadores de Música, onde se dedicou igualmente ao ensino da teoria musical e à escrita de manuais elementares de solfejo e teoria que permaneceriam em uso nos conservatórios portugueses até finais dos anos 60 (e frequentemente reeditados no final do século XX). O seu Diccionario Musical (1890) representa um importante contributo para a fixação de uma terminologia técnico-musical portuguesa no quadro da tradição erudita ocidental. Deixou diversas composições para flauta, algumas delas com intuitos pedagógicos. Como musicólogo, desenvolveu um trabalho sistemático nos fundos da Biblioteca Nacional, da Ajuda e da Universidade de Coimbra, bem como nos arquivos musicais das sés de Lisboa e Évora, enquanto reunia uma extensa colecção pessoal de manuscritos e impressos musicais, práticos e teóricos, de autores portugueses do século xviii e xix ora por compra, ora por oferta dos familiares e discípulos dos próprios compositores (e que é parte importante do espólio da Biblioteca Nacional). Foi o primeiro musicólogo português a ultrapassar a mera pesquisa histórica e bibliográfica, articulando-a com a inventariação e a análise das fontes de música prática. Escreveu vários artigos de divulgação teórica e histórico-musical para as revistas Gazeta Musical , Amphion , Gazeta Musical de Lisboa e Arte Musical , e.o., mas deixou, em particular, um monumental Diccionario Biographico de Musicos Portuguezes (1900) – obra de levantamento sistemático de autores e de repertório erudito que constitui uma referência indispensável para o estudo de qualquer período da música em Portugal dos séculos xvi a xix . Deve-se-lhe ainda um dos primeiros esforços de redacção de uma síntese sistemática da história da música em Portugal (1908). Sem a erudição arquivística de um Sousa Viterbo ou a cultura musical cosmopolita de um Joaquim de Vasconcelos, e evidenciando mesmo uma visão demasiado paroquial da música em Portugal que o leva com frequência a juízos de valor dificilmente sustentáveis sobre vários dos autores e obras que trata, Vieira permanece, contudo, pela sua preocupação de rigor na fundamentação documental das afirmações factuais que produz, uma referência informativa insubstituível para qualquer estudo da história da música em Portugal. |
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