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Nascido na ilha do Pico (Açores), Julião Soares de Azevedo foi um dos historiadores que se formou em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa nos anos 40. Estreou em 1943, com uma tese de licenciatura sobre a Revolução de 1820, com o título, Subsídios para a interpretação da Revolução Portuguesa de 1820 – uma das raras teses então dedicadas a um tema oitocentista naquela escola (outra seria, poucos anos depois, a de Fernando Piteira Santos). Aí foi aluno de Vitorino Magalhães Godinho e amigo de Joaquim Barradas de Carvalho e de Jorge Borges de Macedo - que lhe terá pago a edição da tese de licenciatura, conforme consta na dedicatória do exemplar que Soares de Azevedo lhe ofereceu, à guarda na biblioteca da FLUL. Chegou a ser professor do ensino secundário (1945). Mas logo partiu para França com uma bolsa do Instituto de Alta Cultura (IAC), onde foi leitor na Faculdade de Letras de Poitiers (1945-48) e depois na Sorbonne, em Paris (1948-52). Teve contactos com Fernand Braudel, Marcel Bataillon e Robert Ricard. De novo em Portugal (Julho de 1952) em comissão de serviço do IAC, foi encarregado de reunir um acervo bibliográfico que deveria ser oferecido como fundo da biblioteca do Centro de Estudos Portugueses, fundado na Faculdade de Letras de São Paulo no contexto do centenário desta cidade. Nesses anos, Julião Soares de Azevedo desenvolvia já investigação com vista a uma tese de doutoramento sobre As relações comerciais entre a França e Portugal de 1640 ao Tratado de Methuen, não chegando contudo a concluir a tarefa - faleceu prematuramente em Abril de 1953. Deixou diversos trabalhos intermédios em que foi dando a conhecer resultados parciais da sua pesquisa em arquivos franceses e portugueses sobre essa temática. Na introdução de um desses artigos, constatava que o estudo do comércio transnacional dos Açores estava por realizar, uma vez que os historiadores locais se dedicavam mais ao campo político (“Os Açores e o Comércio do Norte no final do séc. XVII”, 1953, p.5). Como aliás sucedia, acrescente-se (com raras excepções) no Portugal continental, por essa época. |
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