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Musicóloga e pedagoga. Estudou piano no Conservatório Nacional (CN), onde preparou o curso geral na classe de Campos Coelho e o curso superior na de Viana da Mota, tendo estudado também Composição com António Eduardo da Costa Ferreira. Depois de um estágio de aperfeiçoamento artístico em Paris com Nadia Boulanger , ingressou em 1938, como bolseira do Instituto de Alta Cultura (IAC), na licenciatura em Musicologia da Universidade Humboldt de Berlim, onde foi aluna de Hans Mersmann (enquanto tinha aulas particulares de Paleografia Musical com Johannes Wolf ). O agravamento das condições de vida na Alemanha, em plena II Guerra Mundial, obrigou-a a voltar para Lisboa em 1943. Em 1945, foi convidada por Ivo Cruz para professora de História da Música no CN, sucedendo a Eduardo Libório. Em 1958, mais uma vez com bolsa do IAC, recomeçou os seus estudos musicológicos na Alemanha, optando agora pela Universidade de Colónia já que a sua escola anterior estava situada na zona de ocupação militar soviética e, portanto, inacessível a uma bolseira do Estado português. Aí teria como orientador académico Karl Gustav Fellerer , além de retomar informalmente, fora da universidade, o contacto científico com Mersmann , e concluiria em 1970 o doutoramento em Musicologia – o primeiro defendido por um português – com uma tese sobre o compositor e teórico musical quinhentista Vicente Lusitano. Regressada a Portugal, deve-se-lhe a fundação, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, em 1980, da primeira licenciatura em Ciências Musicais no país. Jubilou-se em 1983, mas veio ainda a fundar e dirigir, a partir de 1986, um mestrado em Ciências Musicais na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. O trabalho de pesquisa corporizado na sua tese doutoral representou a introdução em Portugal da sólida tradição positivista da musicologia alemã anterior à II Guerra Mundial, com uma preocupação de rigor na fundamentação documental e na recolha e tratamento crítico das fontes primárias. A credibilidade científica desse trabalho contribuiu decisivamente para que a universidade portuguesa aceitasse finalmente a musicologia no seu seio e para que esta fosse, de uma vez por todas, reconhecida como uma disciplina de formação académica especializada e ministrada em todos os níveis universitários. |
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