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CARVALHO, Joaquim Martins de Coimbra, 1822 – Coimbra, 1898 |
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Num texto de 1884, escreveu Abílio Augusto da Fonseca Pinto que Joaquim Martins de Carvalho era um exemplo do que podia a perseverança no trabalho útil: «Subiu a encosta duma íngreme montanha, que tal se pode chamar a influência jornalística e daí fita sereno e com desassombro os horizontes extensos da política e da história pátria contemporânea. Neste último ponto é indisputada a sua competência. É mestre de todos na averiguação dos factos, guia no ensino, e censor inflexível de desvios capciosos ou descuidos inconscientes». Nascido em Coimbra a 19 de Novembro de 1822, poucos meses passados sobre a consagração constitucional do vintismo, Joaquim Martins de Carvalho ficou órfão muito jovem. A precariedade das suas condições económicas impediram-no de prosseguir estudos, indicando-lhe o caminho do trabalho no comércio, tendo-se iniciado no ofício de latoeiro, circunstância que sugeriu as alcunhas de Doutor das Latas ou Lord Latas pelas quais foi conhecido. De indefectíveis convicções liberais, participa nos acontecimentos da Maria da Fonte, sofrendo por esse motivo «as torturas dos segredos e enxovias do Limoeiro». Membro e dirigente da Carbonária e da Maçonaria, Joaquim Martins de Carvalho consagrou-se como notável noticiarista da vida de Coimbra na segunda metade do século XIX. Colaborador do Jornal dos Artistas, O Aristarco Portuguez, O Instituto, fundou e dirigiu até à sua morte, em Outubro de 1898, O Conimbricense, título que sucedera a partir de 24 de Janeiro de 1854 a O Observador, cuja publicação se iniciara em 1847. Pioneiro do associativismo, Joaquim Martins de Carvalho ligou-se às iniciativas mais marcantes da vida de Coimbra do seu tempo. Personalidade de cultura e curiosidade invulgares, organizou com a paciência excepcional de um beneditino, nas palavras de Brito Aranha, uma notável biblioteca, que justificadamente constituiu motivo do seu orgulho. |
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