Historiador e publicista, os seus estudos históricos, ainda que “sem grande critério na selecção dos dados apresentados” (José Mattoso), têm elementos de muita valia, particularmente para a história da assistência em Portugal durante a época moderna. Participou nos trabalhos do I Congresso Português de Beneficência que decorreu no Porto, em Janeiro de 1905, e no IV Congresso Internacional de Turismo, reunido em Lisboa, em 1911. Figura de nomeada no tempo, em 1911, integrou as seguintes comissões comemorativas: Grande Comissão Patriótica, Comissão de Comemoração a Sousa Viterbo e Comissão da Academia das Ciências para a celebração em 1915 dos Centenários da Conquista de Ceuta e da morte de Afonso de Albuquerque.

Investigador erudito, a sua biblioteca pessoal era constituída por obras de autores cimeiros do seu tempo, como Anselmo Braamcamp Freire, Teófilo Braga, Cristóvão Aires de Magalhães Sepúlveda, António Baião, João Lúcio de Azevedo, Pedro Wenceslau de Brito Aranha, Júlio de Castilho, Costa Goodolphim, Afonso de Dornelas, Albino Forjaz de Sampaio, José Leite de Vasconcelos, Jordão de Freitas, David Lopes, Henrique Lopes de Mendonça, Edgar Prestage. Tendo ainda como referências historiográficas Rebelo da Silva, Oliveira Martins e Pinheiro Chagas, cujas obras constavam também na sua biblioteca, a par dos principais periódicos científicos em circulação e nos quais participava, como o Archivo Historico Portuguez, o Boletim da Academia Real das Sciencias e o Boletim da Real Associação dos Architectos e Archeologos, e de diversos manuscritos. Admirador de escritores que tiveram segura influência na sua forma de trabalho em história, no estudo sobre A Fundadora da Egreja do Collegio de Santo Antão deixou registado esse apreço dedicando-o “à Memória do Erudito, Antiquario e Paciente Investigador José Maria António Nogueira, Homenagem Saudosa do auctor”. Detalhado na descrição dos factos, laborioso nas pesquisas desenvolvidas, prolixo na escrita, encontra-se a sua concepção de História no opúsculo O Tradicionalismo Historico na Educação Popular: “É a Tradição seguida que constitue a Historia”. Também ao analisar a obra de Sousa Viterbo, no estudo que lhe consagrou, se percebe que considera o trabalho de biblioteca e arquivo essencial para a pesquisa histórica, assim como a capacidade de crítica, de comentário e de escrita, técnicas necessárias para a “investigação acrisolada”.

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