No final dos anos de 1970, Burns passou a estudar a América Central, tecendo duras críticas às ações intervencionistas dos EUA em El Salvador. Na década de 1980, publicou At War in Nicaragua: The Reagan Doctrine and the Politics of Nostalgia (1987), que volta criticar incisivamente a política estadunidense em relação à América Central, neste caso, especificamente em relação à Nicarágua. Esses trabalhos levaram o então presidente norte-americano, Ronald Reagan, a responder pessoal e publicamente ao autor. Essa mudança no foco de suas pesquisas do Brasil para a América Central foi impulsionada pelo forte impacto sobre a política interna estadunidense dos eventos políticos contemporâneos ocorridos na América Latina.

Bradford Burns era um investigador criterioso e utilizou em suas pesquisas filmes e fotografias como documentos históricos, além das fontes tradicionais. Sempre foi atraído por temas como nacionalismo, imperialismo, dependência e cultura popular.  Seu principal contributo neste âmbito é o estudo sobre a cultura como impulsionadora da modernização económica, isto é, como a bagagem cultural da elite pode permitir, ou não, a superação da dependência estrutural das sociedades latino-americanas. Acabou por corroborar a tese da teoria da dependência que preconiza que a concentração da propriedade da terra, não só aumenta os conflitos latentes na sociedade, mas também aumenta o fosso cultural e a violência política.

Amplamente reconhecido nos Estados Unidos, recebeu bolsas de diversas instituições e foi laureado diversas vezes ao longo de sua carreira académica. Em sua trajetória na UCLA, colaborou na criação e organização de diversos programas de estudos latino-americanos. Fora do campus, também promoveu o ensino e a pesquisa de história da América Latina, principalmente quando exerceu as presidências do Pacific Coast Council on Latin American Studies, em 1973-1974, e da secção da Costa do Pacífico da American Historical Association, em 1993-1994.

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