Pedro Calmon dedicou-se à pesquisa histórica e pertenceu aos quadros do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual foi presidente (1968-1985), do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e da Academia Brasileira de Letras, bem como de entidades científicas da América Latina e da Europa, inclusive, da Sociedade de Geografia de Lisboa e das Academias das Ciências e da História de Lisboa. Neste sentido, cumpriu papel de primeira grandeza no estreitamento das relações culturais luso-brasileiras. Realizou diversas viagens de estudos a Portugal, participou de congressos, representou a Universidade do Brasil nas comemorações do IV Centenário da Universidade de Coimbra (1937), colaborou em coletâneas publicadas por autores portugueses e escreveu com Jaime Cortesão o volume intitulado Brasil, da coleção Historia de América y de los pueblos americanos, dirigida por Antonio Ballesteros y Beretta (1956). Foi delegado do governo brasileiro na conferência interacadêmica para o Acordo Ortográfico (1945), e dirigiu o Instituto de Estudos Portugueses Afrânio Peixoto, no Liceu Literário Português (1947). Costumava dizer que “Lisboa por dentro e por fora era a Bahia (...) passara a amar Portugal, não por que tinha de magnífico, mas por que tinha de Brasil” (Memórias, 1995, pp. 126-127). Em 1987, dois anos após o seu falecimento, por sugestão da Academia das Ciências, a Comissão Municipal de Toponimia da cidade de Lisboa deu o nome de Pedro Calmon à antiga Rua Avelar Brotero, em Alcântara, como prova de reconhecimento pela sua contribuição à cultura luso-brasileira.

O historiador baiano deixou vasta obra bibliográfica, nos domínios da literatura, do direito e da história. Neste último, seu legado é bastante diversificado, abrangendo biografias, compêndios didáticos, estudos documentais, monografias e obras de história geral. Entre as inúmeras biografias que escreveu, há que se ressaltar a trilogia sobre D. João VI ( O rei do Brasil), D. Pedro I (O rei cavaleiro - Pedro IV, de Portugal) e D. Pedro II ( O rei filósofo), livro que depois seria ampliado e transformado no clássico História de D. Pedro II. Os primeiros trabalhos de Calmon contemplam vultos e temas relacionados com a colonização da sua terra natal, a Bahia. Porém, passo a passo, seu foco se desloca para o exame da história geral do Brasil, por certo, estimulado pelo aparecimento da Coleção Peuples et Civisations, em 1926, dirigida por Louis Halphen e Philippe Sagnac.

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