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No entanto da pena de Barbosa Colen não saem apenas palavras panegíricas mas também críticas severas à acção de certos políticos, como é o caso da política financeira de António José de Ávila, imputando-lhe como resultado a “falência” e a “bancarrota” (ibidem, vol.II, p.102). De igual modo não se coíbe de criticar alguns comportamentos da realeza da sua época, a propósito da questão dos adiantamentos, muito debatida no reinado de D. Carlos I. Os métodos utilizados por Colen na escrita da história são os que vigoravam no seu tempo. Todavia, é de salientar que a explicação de acontecimentos passados era baseada não só em bibliografia crítica (incluindo obras estrangeiras), mas sobretudo em abundante documentação da época, combinadas com frequentes juízos de valor. Este aspecto na obra de Barbosa Colen é particularmente recorrente. Veja-se o que escreve a propósito de um artigo redigido no periódico A Revolução de Setembro: «É escusado sublinhar a incoerência destes comentários, que na ocasião talvez fossem tomados a sério pelos que a mesma paixão política cegava, e agora, anos volvidos, deixam em absoluta transparência o ridículo da argumentação disparatada» (ibidem, vol.II, p.126-127). No mesmo sentido, outra característica da sua obra é o peso do seu olhar de jornalista, em que o passado histórico é mobilizado na crítica do presente, sendo os políticos os mais visados, sobretudo quando se trata de aludir às habituais manobras da “quadra eleitoral” (ibidem, vol.II, p.101). |
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