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Defendia que a instrução devia incutir aos alunos a crença na capacidade de regresso da nação a momentos de glória inspirados por períodos áureos do passado nacional. Ainda que nos seus manuais e artigos na revista Positivismo subalterniza-se a importância de atores individuais no devir histórico à capacidade do povo de influir sobre os destinos das sociedades, era prolixo na celebração de figuras e momentos da história de Portugal, porque acreditava que a história era também drama e que era útil para formar convicções sobre o presente. Participou a 8 de julho de 1897 no IV Centenário da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia na SGL, com o texto Influência dos descobrimentos portuguezes na História da Civilização. Em 21 de Junho de 1909, no discurso de elogio ao Marquês de Sá da Bandeira, frisou a sacralidade da Sala Portugal da SGL, onde reputava patentes as glórias passadas da nação. Em 1910, integrou a comissão executiva da celebração do centenário de Alexandre Herculano. No que concerne o seu pensamento historiográfico, escreveu em Compêndio de História Universal que a escolha das fontes históricas deveria obedecer a condições prévias que os factos tinham de preencher. Tinham de estar ligados a uma “raça” (amarela, negra ou branca) que tivesse gerado civilizações históricas, ou seja, povos que, “constituidos em nação, attingiram uma civilisação importante.” A raça criadora de mais povos civilizados era a branca e o povo em causa tinha de pertencer a um de três “povos históricos”: chamitas, semitas ou indo-europeus. Os primeiros estavam associados ao Antigo Egito, os segundos às sociedades do Próximo Oriente e os terceiros às civilizações europeias, americanas e asiáticas (a saber: hindus, romanos, celtas, germanos eslavos e italiotas (divididos em latinos e umbro-samnitas) consideradas civilizadas e relacionadas com os povos do presente (Compêndio…, 1885, pp.14-15). O conceito de civilização referia-se aos caracteres culturais, políticos, económicos e tecnológicos de determinada sociedade ou época, mas também ao seu desenvolvimento em comparação com a sociedade mais civilizada: a Europa da Belle Époque. Os conceitos de raça, povo e nação eram associados e significavam a partilha de carateres físicos, mentais, hábitos e cultura popular entre os membros da mesma nação ou raça. |
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