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Usou o conceito de progresso em dois sentidos. Por um lado, significava a crença no aperfeiçoamento tecnológico, económico e político permanente das sociedades, tendo em vista a democratização. Por outro lado, significava o processo evolutivo que o historiador pensava que orientava a realidade. As sociedades eram tão mais civilizadas quanto mais claramente tivessem substituído as formas de pensamento, produção industrial e cultural herdadas de povos anteriores por formas mais avançadas. Neste sentido, o progresso permanente, mais ou menos rápido, regia a realidade. Contudo, Consiglieri Pedroso argumentava que existiam também eventos anómalos, análogos às doenças biológicas, que afetavam, sem nunca a parar, a marcha do progresso. O “organismo social” podia ter doenças agudas: guerras, revoluções ou golpes de estado, ou crónicas: prostituição, miséria e imoralidade. Podia também sofrer influências fortuitas: eventos que representavam a presença de ideias e tradições passadas, mas que não afetavam o progresso das consciências no presente. Consiglieri Pedroso evocava o exemplo do Primeiro e Segundo Impérios franceses. Tendo como objetivo a democratização de Portugal e da Europa, defendeu a liberdade de imprensa como presidente da Associação de Jornalistas e Homens de Letras: combateu a proposta de lei nº27-A em 1907. Pugnou desde 1875 pela redução de despesas com a casa real, exército e embaixadas, para que fosse possível estabelecer o livre câmbio quando a economia portuguesa estivesse pronta para concorrer com economias mais sólidas. Defendeu o protecionismo cerealífero e o melhoramento das condições de vida e trabalho dos trabalhadores industriais na Câmara dos Deputados. Desenvolveu, entre 1874 e 1907, uma visão panlatina e antigermânica para a paz perpétua na Europa. Na sequência da guerra franco-prussiana (1871) e graças ao isolamento diplomático de França, quebrado em 1891, defendeu a divisão da Europa em blocos raciais: latino, germano e eslavo, organizados conforme a origem das línguas e costumes das nações constituintes, que argumentava partilharem desenvolvimentos históricos comuns. Focou-se também num melhoramento das relações luso-brasileiras através da SGL. Depois da formação da entente cordiale (1904) e da convenção anglo-russa (1907) argumentou que a Tríplice Entente conseguiria parar o expansionismo alemão e levar à formação futura dos blocos (Brasil-Portugal…, 1906, p.99), que assegurariam a fraternidade entre nações até aos Estados Unidos da Europa serem uma realidade. Faleceu em 3 de setembro de 1910. No seu elogio funerário, Aniceto Gonçalves Viana, membro da SGL que viajara com o falecido para a Rússia em 1896, destacou o seu conhecimento de línguas (falava onze) e o seu mote pessoal: quem dura vence. |
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