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Luciano Baptista Cordeiro de Sousa, filho de Luciano José Cordeiro de Sousa e de D. Leopoldina Cândido Álvares Ferreira, nasceu em Mirandela, no dia 21 de julho de 1844. Sua mãe nasceu em Montevideu, sendo filha do cirurgião-mor Francisco Bernardo de Santa Ana Álvares Ferreira. Quanto ao pai de Luciano, não foi possível apurar qual a sua ocupação, mas alguma bibliografia considera a possibilidade de ser funcionário público, facto que poderia explicar a sua deslocação de Mirandela para Lisboa, daqui para o Funchal e o regresso a Lisboa. Por outro lado, o filho de Luciano Cordeiro afirma que o seu avô teria sido obrigado a ir para a Madeira por razões políticas, num período conturbado da vida nacional, no final da primeira metade de Oitocentos. Entre 1838 e 1841, seu pai (ou algum homónimo) aparece como correspondente, em Chaves, do jornal O Panorama, publicado por iniciativa da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis. Sabe-se ainda que em 1820 foi concedida «habilitação de genere» a João Batista, tio de Luciano Cordeiro e eventualmente foi concedida a mesma habilitação a seu pai. Este procedimento era necessário para aceder a cargos eclesiásticos ou ainda para exercer funções públicas num «lugar de letras». A sua família mudou-se para Lisboa, poucos meses depois do seu nascimento e alguns anos mais tarde passou para a Madeira. Luciano iniciou os estudos liceais no Funchal, concluindo os mesmos em Lisboa. O seu sonho era ser oficial de Marinha, tendo assentado praça em 1862, como Aspirante de Marinha, fazendo posteriormente exame para acesso à Escola Politécnica, na qual se ministravam os Preparatórios, necessários para o curso da Escola Naval. O seu ingresso na Marinha acabou comprometido devido a um problema grave de saúde, abandonando esta carreira em 1868. Não tendo conseguido seguir a carreira naval, frequentou o Curso Superior de Letras. Simultaneamente, estudou alemão, na Torre do Tombo, e adquiriu conhecimentos sobre matérias económicas e políticas, como autodidata. Uma das suas primeiras atividades profissionais foi o jornalismo. Sendo pessoa de fortes convicções liberais, foi convidado para dirigir o jornal A Revolução de Setembro, quando o seu diretor, António Rodrigues Sampaio, assumiu funções governativas, em 1869, mas Luciano permaneceu pouco tempo neste cargo. Em 1871, começou a lecionar Literatura e Filosofia no Colégio Militar, mas em 1874 terminou esta função, por sua iniciativa. |
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