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CORDEIRO (de Sousa), Luciano Baptista | |||||||||||||
Foi no contexto destes diferentes organismos que se incrementou o conhecimento geográfico das colónias, e Luciano Cordeiro teve um papel fundamental em todas elas. «Intervenção» é provavelmente a palavra que melhor classifica a personalidade e a forma de estar de Luciano Cordeiro. Foi membro de trinta e oito coletividades científicas, literárias ou artísticas, de todo o mundo. Colaborou com dezoito associações de beneficência. Em termos profissionais, a sua vida caraterizou-se por uma participação permanente na vida política nacional, tanto nas funções que desempenhou no parlamento, como nos vários cargos que exerceu como funcionário público, sendo vários com funções de chefia. Usou igualmente a escrita, nos jornais ou em livros, como instrumento de afirmação dos ideais pelos quais lutou. Alguns dos seus textos começaram por sair nos periódicos onde escrevia, sendo posteriormente reunidos e publicados em livro. Quais são os ideais que Luciano Cordeiro defendeu? Em primeiro lugar, e acima de tudo, o patriotismo, numa época em que vários intelectuais, como Oliveira Martins ou Ramalho Ortigão, advogavam a falta de um verdadeiro sentimento nacional, entre os Portugueses. Vários dos textos que redigiu sobre história serviram essencialmente o propósito de mostrar quão antiga era esta singularidade de Portugal, que se afirmava, pelos casamentos, ou pelas alianças, com importantes casas da nobreza europeia. Luciano Cordeiro dá um especial destaque a estes relacionamentos com os povos do norte da Europa, considerando os mesmos como fundamentais para a construção da identidade nacional. A historiografia de Luciano Cordeiro é essencialmente positivista, dando particular realce ao documento, incluindo neste as inscrições epigráficas. Por outro lado, sempre se afirmou, veementemente, contra aqueles que defendiam as teses do Iberismo. Ora, sendo Portugal, desde a sua independência, uma nação completamente distinta dos restantes reinos ibéricos, não fazia sentido, para Luciano Cordeiro, integrar o país num reino que abrangesse toda a península. Outra forma de afirmação da singularidade de Portugal, no contexto das nações europeias, consistia na evocação dos seus maiores, ou de momentos marcantes da sua história. É neste contexto que devem ser vistas as comemorações acima referidas, e nas quais Luciano teve papel de relevo. |
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