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Em termos nacionais, não é propriamente fácil “enquadrar” HGB: em primeiro lugar pela sua singular posição no século XIX português; depois por todas as indefinições da nossa historiografia de então, desde logo em termos de enquadramento institucional: efectivamente, o historiador do tempo português de HGB já não é o típico académico da viragem do século XVIII para o século XIX, produtor de memórias de grande erudição (modelo personificável em António Caetano do Amaral (1747-1819), José Anastácio de Figueiredo (1776-1805), Francisco Aragão Morato (1777-1838) e sobretudo João Pedro Ribeiro (1758-1839), autores cuja sólida informação será aliás uma das grandes fontes de HGB); mas também ainda não é o profissional da História dos nossos dias. HGB já não escreve memórias mas um livro, com tudo o que esta mutação representa. A Historia da Administração Publica pretendia-se à partida uma síntese, para um público de juristas, mormente os pares do autor na função judicial e administrativa. Mas a elaboração da obra revelou uma vocação de fundo de historiador, produzindo capítulos crescentemente eruditos (e, consequentemente analíticos) à medida que o livro avança. Se o 1º volume da edição original (tomos I e III da 2ª edição) ainda nos surge como relativamente sintético (e fundado eminentemente em fontes documentais e cronísticas impressas; de onde, o ser a secção da obra mais datada pelas ulteriores mutações dos estados de conhecimentos), os restantes irão de aprofundamento em aprofundamento, impedindo o autor não só de ultrapassar cronologicamente o século XV, como, dentro da Idade Média, de cumprir cabalmente o plano traçado. A cronologia da edição original não deixa de ser, a este respeito, esclarecedora:
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