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Jurista, magistrado, político e historiador, nome fundamental da nossa Historiografia da viragem do século XIX para o século XX. Natural de Lisboa, HGB cursou Direito na Universidade de Coimbra entre 1848 e 1853. Profissionalmente chegou a exercer a advocacia (1855-57), e foi também Administrador do concelho de Sintra (1857-62), Administrador de Bairro em Lisboa (1862-69) e Secretário do Governo Civil da Capital, ocupando ainda a titularidade do referido Governo Civil em dois momentos (1876-77 e 1878-79). Vogal do Supremo Tribunal Administrativo entre 1877 e 1879, neste último ano ascende a Conselheiro do Tribunal de Contas, cuja Presidência ocupará de 1900 a 1910. Os anos finais da Monarquia assistirão a uma breve passagem sua pela política, como apoiante de João Franco e do Partido Regenerador-Liberal, sendo nomeado Par do Reino em 1906. Com a proclamação da República cessa toda a actividade profissional e intervenção política. Jurista de formação e magistrado de profissão, HGB estreou-se “literariamente” em 1860, com uma compilação do Direito Administrativo do seu tempo. Essa obra (Reportório Administrativo…) é normalmente considerada o ponto de partida do projecto de uma “História Geral da Administração”, que abordasse os antecedentes do Código de 1842. Ou seja, HGB apresentar-se-ia à partida como um jurista que “faz História”, preambulando um tratado de “Direito Administrativo Português” (que resultaria da reedição ampliada do livro de 1860), e não como um historiador tout court. Mas a realização da obra (de que os séculos XII e XV seriam apenas o primeiro de três momentos a tratar) acabou por revelar o historiador, e particularmente o medievista. Geracionalmente próximo de autores como Henry Thomas Buckle (1821-1862), Ernest Renan (1823-1892), Hippolyte Taine (1828-1893), Theodor Mommsen (1817-1903) e Numa-Denis Fustel de Coulanges (1830-1889), particularmente influenciado pelo último, HGB pode inserir-se numa Historiografia “constitucionalista” do Direito Público, com expoentes europeus ainda em Georg Waitz (1913-1886), William Stubbs (1825-1891), Frederick Pollock (1845-1937), Frederick William Maitland (1850-1906) ou Eduardo de Hinojosa (1852-1919). * Texto dos anos 90, elaborado como entrada para um Dicionário que não se concretizou. Actualiza HOMEM, Armando Luís de Carvalho – «Gama Barros, historiador das instituições administrativas (No I Centenário do início da publicação da “Historia da Administração Publica em Portugal nos seculos XII a XV”)», Revista da Faculdade de Letras [UP]. História, II sér., II (1985): 235-248 (Separata, Porto, 1985, 16 pp); reed. in IDEM – Portugal nos Finais da Idade Média: Estado, Instituições, Sociedade Política, Lisboa, Horizonte, 1990: 35-47. Serviu de base a uma conferência proferida na FL/UC em 2016/01/11. |
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