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A sua obra ensaística foi tocando a História oitocentista e novecentista. Os vários textos por ele publicados evidenciam uma constante procura no sentido de descodificar, através da análise de fontes várias, aquele que tinha sido o esforço patente no final do nosso século XIX em delimitar a historiografia da filosofia da História, num tempo em que se reivindicava a cientificidade da História, usando-se o método histórico-filológico como instrumento de comprovação da veracidade. É exactamente neste campo de investigação que em 1975-76 prefaciou e anotou o Diário da Guerra Civil (1826-1832) do Marquês de Sá da Bandeira. Por outro lado, a contemporaneidade e os seus desafios historiográficos levam-no a publicar, na década seguinte, os Estudos de história contemporânea de Portugal. Para além de editar um livro sobre A historiografia portuguesa, Hoje, prosseguiu esta vertente interrogativa através do diálogo que estabeleceu com a historiografia brasileira, organizando com José Jobson Arruda a Historiografia luso-brasileira contemporânea. Coordenou igualmente uma História de Portugal, na qual coligiu ensaios temáticos, onde participaram vários historiadores portugueses e brasileiros. Os contornos da intervenção política e cívica foram igualmente objecto da sua reflexão, seja em textos como Combates pela democracia, ou, já no novo milénio, E o povo, onde está: política popular, contra-revolução e reforma em Portugal, seja nos perfis que foi revisitando ao longo do seu trabalho como historiador. 49 anos volvidos sobre a sua primeira obra em torno de José Estevão, retomou a biografia deste pensador e interventor político. José Manuel Tengarrinha preocupou-se também com as instituições político-administrativas, tendo publicado sob a sua direcção uma História do Governo Civil de Lisboa. A História regional e local foi de igual modo objecto do seu interesse, tendo desenvolvido o seu estudo tanto no âmbito da sua carreira académica, como intervindo ao longo da sua vida no espaço onde era munícipe, o que lhe valeu distinções como a medalha de Mérito Municipal (1996) e Medalha de Honra (2005) por parte da autarquia de Cascais. Ao longo de décadas dirigiu os Cursos Internacionais de Verão (Cascais 1992-2017) e presidiu ao conselho de administração do Instituto de Cultura e Estudos Sociais (Cascais), dinamizando diversos cursos que tocaram temáticas em torno da História local e do Património. Ainda nesta área fundou e presidiu ao Centro Internacional para a Conservação do Património (CICOP – Portugal). Para além do espaço onde vivia, aquele em que nascera seria igualmente objecto da sua atenção, tendo coordenado, em 2011, a obra Portimão e a revolução republicana. |
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