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Ao invés de se apresentar ao exame de licenciatura ainda em 1919, aceitou antes o convite para reger a cadeira de História da Arte na Escola de Belas Artes do Porto, após proposta de Joaquim de Vasconcelos, protelando por cinco anos a prestação das provas académicas terminadas com a classificação de 19 valores. Republicano conservador com militância no Partido Republicano Evolucionista, ainda em Maio desse ano fora eleito vereador da Câmara Municipal do Porto pelas suas listas, sofrendo poucos dias depois uma admoestação pública do ministério de Leonardo Coimbra por se ter insurgido contra a polémica transferência da Faculdade de Letras de Coimbra para a Universidade do Porto. Neste cenário conturbado, com cerca de 29 anos, publicou a obra Templo das Siglas, originalmente um pequeno estudo publicado nas páginas da Terra Portuguesa, que se assume como uma das primeiras monografias nacionais dedicadas à Arte Românica através do estudo de caso da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Ermida (Castro Daire). Em paralelo com a acérrima apologia da salvaguarda e restauração do património português, causa a que Aarão de Lacerda se dedicou ao longo da vida em outras obras e nas crónicas de imprensa, a sua escrita revelava um autor dotado de uma análise objectiva e bem fundamentada num vocabulário rigoroso e científico, fruto de apurada erudição historiográfica e investigação de documentos históricos ilustrativos para a contextualização das obras de arte. Embora sobressaindo, deste modo, algumas influências da corrente positivista na procura de um modelo científico de objectividade, que se afastava do costumado juízo subjectivo na crítica artística, vislumbrava-se também o esteta cujos valores sobre a Beleza e a Arte se espelhavam em percepções justas e genuínas perante os seus contextos de criação. |
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