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OLIVEIRA, José Lopes de Vale de Açores, Mortágua, 1881 – Parede, Cascais, 1971 |
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Lopes de Oliveira é autor de uma vasta obra, não só historiográfica, mas também biográfica (caso de Eça de Queiroz e de Guerra Junqueiro. A sua vida e a sua obra), memorialística (Rema Sempre! e ...E mesmo contra a maré!), e de filosofia social (Quadro da História Universal: Evolução da Humanidade). No plano da historiografia, os seus escritos incidiram sobretudo na história do regime republicano português, centrando a sua análise no tópico da propaganda política. Colaborou na História do Regímen Republicano em Portugal (1930-1935), de Luís de Montalvor, sendo autor dos capítulos dedicados à propaganda republicana, e, em 1947, veio a público a sua História da República Portuguesa: a propaganda na Monarquia Constitucional. Aí, o historiador traçou o percurso do movimento democrata desde as suas origens, que ele considerava serem os acontecimentos de 1817, onde se deu «a primeira manifestação do espírito da liberdade» (História da República Portuguesa..., 1947, p. 7), e a Revolução de 1820, até à instauração da República a 5 de Outubro de 1910. Ao mesmo tempo que destacou os momentos que, no seu ponto de vista, foram cruciais na consolidação do projecto republicano, como a fundação do Partido Republicano Português, que situava em 1876, e o trabalho de propaganda política levada a cabo pelos seus principais agentes políticos, Lopes de Oliveira procurou enquadrar a situação portuguesa no panorama europeu, considerando amiúde os acontecimentos internacionais que motivaram alterações políticas em território português. Trata-se de um trabalho de divulgação histórica, no qual se descobre facilmente a visão republicana do historiador e em que conceitos como Democracia (que grafa umas vezes com maiúscula e outras com minúscula) e República são centrais. Como é sabido, Lopes de Oliveira considerava que o estabelecimento da democracia e o progresso da nação apenas seriam possíveis num regime republicano. Poucos anos antes de falecer, publicou ainda uma História da Revolução Francesa: suas causas, os Estados Gerais, a Assembleia Constituinte. Direccionando-se também para a divulgação histórica, trata-se de uma obra ilustrada (retratos, gravuras, mapas) e desprovida de aparato erudito, como notas de rodapé e bibliografia, ainda que o autor cite amiúde fontes da época e trabalhos posteriores à Revolução Francesa, como é o caso da obra de Michelet. |
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