| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
OLIVEIRA, José Lopes de Vale de Açores, Mortágua, 1881 – Parede, Cascais, 1971 |
|||||||||||||
Embora nunca lhe tenha dedicado uma monografia como as que realizou sobre Eça de Queiroz e Guerra Junqueiro, Lopes de Oliveira dispensou alguma atenção ao trabalho de Oliveira Martins. Num dos textos que publicou na colecção Cadernos Históricos, organizada em parceria com Rocha Martins, debruçou-se sobre o programa político de Oliveira Martins e o engrandecimento do poder real que este último defendeu nos últimos anos de vida. Em 1947, saíram na Seara Nova dois textos de Oliveira Martins – Liberdade de cultos e O Ultramontanismo –, publicados por iniciativa de Lopes de Oliveira e acompanhados por uma extensa nota sua. No ano seguinte, esses mesmos textos integrariam uma colectânea de escritos de Oliveira Martins, organizada e dada à estampa pelo historiador republicano sob o título Páginas Desconhecidas. Além dos textos do historiador oitocentista – todos eles da década de 70 do século XIX e identificados pela primeira vez por Lopes de Oliveira –, esta publicação contou ainda com um estudo introdutório de sua autoria, no qual o historiador traçou um esboço bio-bibliográfico do autor do Portugal Contemporâneo. Centrando-se simultaneamente em aspectos da vida público-privada de Oliveira Martins e no seu trabalho enquanto escritor, o historiador republicano concluiu que a mudança de rumo no pensamento martiniano, muitas vezes sublinhada pelos críticos, era afinal «mais aparente do que real», tratando-se mais de uma alteração nas palavras do que nas ideias. Lopes de Oliveira foi também colaborador em inúmeros jornais – desde o Correio de Mortágua e A Beira ao Diário de Lisboa e República – e publicou artigos em diversas revistas, como Atlântida, Livre Pensamento e Seara Nova. Considerado um «vulto da República» (Diário de Lisboa, 04-08-1971, p. 1) e «um dos últimos homens do século XIX», não só pela «sua personalidade vincada e poderosa», mas também «pela largueza dos seus pontos de vista» (Diário de Lisboa, 29-01-1958, p. 7), Lopes de Oliveira viria a falecer a 3 de Agosto de 1971, na Parede, Cascais. |
|||||||||||||