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Apesar do título, em L’épiscopat portugais et la Révolution Française, de 1987, Jacques Marcadé recusa a própria noção de ‘episcopado’ tratando-se de Portugal, onde o alto clero, escreve, não constitui um bloco aristocrático e educado em seminários como em França, antes um mosaico de bispos de origens sociais distintas e de formações diversificadas. Assim, conclui: “au Portugal, il n’y pas une école, mais des sensibilités différentes ; il n’y a pas cette uniformité [...] du haut-clergé français.” Por isso mesmo, surpreende-se com a reacção de hostilidade unânime dos bispos portugueses à Revolução Francesa, ‘fille des Lumières’, que se deveria à também unânime condenação da filosofia setecentista pelo clero luso. As fontes de informação sobre o que se passava além Pirenéus escasseavam. A Gazeta de Lisboa seleccionava as notícias e minimizava, alterava ou silenciava as que se consideravam perigosas, sobretudo em relação à Igreja. Sim circulavam livros proibidos (dos quais havia às vezes traduções clandestinas), reservados a selectas personagens. Quanto aos emigrados refugiados em Portugal, eram de certa forma suspeitos, sendo alguns membros da maçonaria como o duque de Luxembourg, sogro do duque de Cadaval. Por isso, sublinha Marcadé, não se sabe qual a reacção dos bispos portugueses à Constitution civile du clergé, mas não cabe dúvida que uma ‘santa aliança’ contra a Revolução Francesa, chamada em altas vozes por Pina Manique, reúne alto clero e governo.
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