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Réné Pélissier nasceu a 24 de outubro de 1935, em Nanterre, na periferia de Paris. Oriunda da Auvergne, no centro do país, a sua família instalou-se na região parisiense a partir dos anos 1900, juntando-se ali à vasta comunidade de auvergnats que, desde a segunda metade do século XIX, “imigraram” em massa para a capital francesa. Apesar das origens sociais modestas e da perda do pai com apenas 14 anos, René Pélissier completou estudos secundários brilhantes. Ingressou em seguida na Sorbonne onde se formou em Estudos Ingleses. Paralelamente, teve a oportunidade de frequentar, durante o ano letivo de 1955-1956, o Union College de Nova Iorque, com o estatuto de Fulbright student. Em 1955 também realizou a sua primeira viagem a Lisboa, como intérprete de um alto quadro sueco. Será durante esse período – na sequência dos seus primeiros estudos então realizados sobre o Império espanhol –, que a história do Império português virá a suscitar o seu interesse. Foi, pois, nesse contexto que começou a desenvolver uma importante investigação científica sobre as colónias portuguesas em África. Investigador associado, a partir de 1965, ao prestigiado Centre national de la recherche scientifique (CNRS), no qual desempenharia posteriormente as funções de Directeur de recherche, pôde, graças a um convite da Junta de Investigações do Ultramar, visitar longamente Angola e S. Tomé e Príncipe em 1966 antes de, dirigido por Henri Brunschwig– o conhecido especialista da África Ocidental francesa –, iniciar uma tese de doutoramento dedicada às campanhas portuguesas de ocupação e pacificação de Angola, assunto jamais estudado na universidade francesa. Intitulada Résistance et révoltes en Angola (1845-1941) e defendida na Sorbonne em 1975, a volumosa tese de doutoramento de René Pélissier viria a resultar nos seus dois primeiros livros, respetivamente publicados em 1978 e 1979: Les Guerres Grises. Résistance et Révoltes en Angola (1845-1941) e La colonie du Minotaure. Nationalismes et révoltes en Angola (1926-1961). O primeiro acabou por vencer em 1978 o prémio Kastner-Boursault da Académie Française. Afirmando-se como um incansável investigadordas campanhas portuguesas de pacificação e colonização nos séculos XIX e XX de Angola, Moçambique, Guiné e Timor, publicou nos anos que se seguiram livros como Naissance du Mozambique. Résistance et révoltes anticoloniales (1854-1918), Timor en guerre. Le crocodile et les Portugais (1847-1913), Naissance de la Guiné. Portugais et Africains en Sénégambie (1841-1936) ou ainda, o mais sintético, Les campagnes coloniales du Portugal (1841-1941). Esta vasta produção foi integralmente traduzida em Portugal (em 1986, 1987, 1989, 2006 e 2007) e, na sua maioria, várias vezes reeditados. |
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