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Francisco Maria Esteves Pereira nasceu em Miranda do Douro, no dia 9 de agosto de 1854. O seu elevado nível intelectual revelou-se nos seus tempos de estudante. Fez os Estudos Preparatórios na Escola Politécnica, ingressando posteriormente na Escola do Exército, onde concluiu o curso de engenharia. Na primeira das escolas foi premiado em quatro cadeiras e na segunda foi também distinguido nos três anos do curso. Seguiu uma carreira militar, na arma de Engenharia, atingindo o posto de coronel. A sua atividade profissional, enquanto oficial do exército, foi bastante intensa, tendo dirigido inúmeras obras na área da sua especialidade. Esteves Pereira distinguiu-se igualmente no campo da história, área a que se dedicava nos seus tempos de lazer, denotando um particular interesse pelo orientalismo, tema pelo qual começou a interessar-se a partir de 1888, tinha então 34 anos. Dominava inúmeras línguas, tanto clássicas como línguas vivas, mas a sua predileção ia, naturalmente, para as orientais. Estudou sânscrito com Monsenhor Dalgado, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Muitas vezes correspondia-se em latim ou grego com os seus pares, no estrangeiro. Dentre as línguas vivas dominava o francês, o inglês e o alemão, entendendo igualmente as línguas escandinavas e o russo. Entre as orientais estava perfeitamente à vontade com o hebraico, o árabe, o aramaico e o cirílico. Mas aquela em que realmente se especializou foi o geês, ou etiópico, que provavelmente aprendeu sozinho, não se tendo notícia que tivesse tido algum professor. De acordo com um sobrinho-neto de Esteves Pereira, o interesse por esta última língua teria nascido numa casa de pasto, próxima da Escola Prática de Engenharia em Tancos, onde existiam pratos com carateres em geês. Proferiu o elogio a Jaime Moniz, a quem sucedeu, como sócio da Academia de Ciências de Lisboa, na Classe de História. Ali apresentou diversas comunicações, das quais resultaram muitos dos textos que publicou. Ainda no âmbito da Academia assumiu a publicação de algumas obras da literatura dramática, assim como fontes de interesse histórico, como o Livro de montaria de D. João I (1918) e a Crónica da tomada de Ceuta, de Zurara, esta última por ocasião do quarto centenário da conquista daquela cidade no norte de África. Como prova do seu respeito pela Academia das Ciências, doou-lhe o seu espólio bibliográfico. |
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