O seu apego pela valorização dos regionalismos e das biografias dos grandes monarcas, pelo estudo das instituições de assistência e pela importância dada à acção do povo na História, revela-nos alguma influência da historiografia republicana e de um certo nacionalismo histórico cultivado pelo movimento da Renascença Portuguesa, ao qual aderiu. O autor oferece-nos uma percepção factual da realidade histórica, podendo observar-se, muitas vezes, no seu discurso uma sucessão quase teatral dos acontecimentos. Contudo, Ângelo Ribeiro não descura a análise dos factos, questiona a história, coloca hipóteses e disseca contextos, baseando-se em fontes primárias e fidedignas, sempre atento à clareza dos conceitos.

Durante os últimos anos da sua vida, Ângelo Ribeiro trabalhou, ainda, numa colaboração para a História de Portugal publicada pela editora Lello & Irmão, em 1936, dirigida por Hernâni Cidade. Para essa obra, o autor redigiu sete capítulos referentes a temas de história moderna, publicação, contudo, de menor fôlego quando comparada com a História de Portugal dirigida por Damião Peres. Com a extinção da primeira Faculdade de Letras do Porto, em 1931, Ângelo Ribeiro, que era professor catedrático, passou à situação de professor adido. Em 1933, regressou a Lisboa, onde foi colocado sucessivamente como professor nos Liceus de Passos Manuel, Gil Vicente e Camões. Durante esse período colaborou na Enciclopédia Italiana, redigindo um artigo sobre a história de Portugal, elaborando uma síntese que iniciaria com a formação da nacionalidade e que terminaria com a ascensão do Estado corporativo de Salazar, na qual valorizou os períodos de expansão e de crise da autonomia nacional, mais uma vez salientando um discurso factual e político. Durante o ano de 1936, abrangido pelo decreto regulador da situação dos professores adidos, seria obrigado a reformar-se. Ainda nesse ano, a 5 de Outubro, faleceu repentinamente na sua casa de Lisboa, vítima de um enfarte, aos 50 anos de idade. Contudo, a sua memória como pedagogo de excelência pareceu perseverar em alguns dos seus alunos, tornados historiadores, como Jorge Borges de Macedo, que reverentemente o lembraria como seu professor no Liceu de Passos Manuel.

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