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Desde finais da década de 1940, Rómulo de Carvalho dedicou-se à elaboração de estudos de divulgação científica, o que constituiu um contributo significativo para a formação de jovens e adultos interessados nessas temáticas e cujo acesso lhes era praticamente vedado. Em 1947, publicou na «Biblioteca Cosmos», dirigida por Bento de Jesus Caraça, um volume intitulado A ciência hermética, no qual informava ser “intenção do autor que este volume seja o primeiro duma vasta e completa História da Química”; devido aos condicionalismos da época, apenas se lhe seguiu um segundo título, O embalsamento egípcio (1948). No entanto, esta primeira tentativa de uma bem estruturada divulgação científica foi retomada nos anos de 1950-1960, com a preparação de oito estudos que constituíram, juntamente com um outro de Ilídio Sardoeira, a coleção «Ciência para Gente Nova» da Editora Atlântida (Coimbra) e que se ocupavam da história do telefone, da fotografia, dos balões, da eletricidade estática, do átomo, da radioatividade, dos isótopos e da energia nuclear. Alguns destes volumes tiveram reedições que se prolongaram nos anos. Mais tarde (1979-1985), Rómulo de Carvalho assegurou a publicação da série «Cadernos de Iniciação Científica» da Editora Sá da Costa (Lisboa), com um total de 18 títulos que abrangiam temas tão diversos como A descoberta do mundo da Física (1979), A pressão atmosférica (1982) ou Ondas e corpúsculos (1985). Também na área da divulgação científica, escreveu Física para o povo (2 vols., 1968) e traduziu Sr. Tompkins explora o átomo da autoria de George Garnow (1956).Como historiador da educação, publicou em 1959 o estudo História da fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa (1765-1772), dedicado à memória do Prof. Joaquim de Carvalho. Esta obra, ainda hoje, de referência obrigatória para os historiadores do tema, inseria-se já nessa época num conjunto de trabalhos pessoais sobre a história da Ciência em Portugal produzidos com base na exploração minuciosa de fundos arquivísticos até então desconhecidos. Segundo as próprias palavras de Rómulo de Carvalho, o seu método de investigação consistia “em fundamentar documentalmente tudo que for afirmado, pondo em dúvida, por sistema, as afirmações já proferidas sobre os mesmos assuntos”, com o objetivo científico de “ajudar a impor a verdade dos acontecimentos e, pelo menos, aquilo que, com suficiente garantia” parecesse ser mais verdadeiro. O aparecimento deste trabalho de investigação constituiu uma inovação no domínio da História da Educação, seguindo a chamada «escola dos Annales», rompendo com a tendência da historiografia portuguesa que se limitava a um descritivismo erudito em que os factos pedagógicos eram apresentados isolados do contexto social. |
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