A esta publicação, diversas outras se foram seguindo, dedicadas essencialmente ao estudo das origens e progressos do ensino das Ciências Físicas e Matemáticas em Portugal, trabalhos parcelares que conduziram Rómulo de Carvalho à publicação, em 1978, de uma notável obra − História do Gabinete de Física pombalino da Universidade de Coimbra: desde a sua fundação (1772) até ao jubiléu do professor italiano Giovanni Antonio Dalla Bella (1790) −, inserida no II centenário da reforma pombalina da Universidade de Coimbra. As investigações que Rómulo de Carvalho efetuou sobre o ensino da Física alargaram-se a temáticas afins, pois, segundo as suas palavras, “ao tocarmos naquele âmbito estávamos a revolver o tema da cultura portuguesa com todas as suas múltiplas implicações”. Assim, na década de 1980, publicou trabalhos sobre a Física Experimental, a Astronomia e a História Natural em Portugal, no século XVIII, pondo sobretudo em evidência a “posição de prestígio” que estas ciências alcançaram com a reforma pombalina, “dentro do quadro das disciplinas programadas”: tornou público um extenso trabalho sobreA actividade pedagógica da Academia das Ciências de Lisboa nos séculos XVIII e XIX (1981) tendo em vista deixar “largamente documentado o interesse da Academia pela herança que o duque de Lafões lhe destinara, tornando-a possuidora da excelente coleção de mais de trezentas peças de material didático para o ensino da Física”; na coleção «Biblioteca Breve» da responsabilidade conjunta do Ministério da Educação e do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, publicou A física experimental em Portugal no século XVIII (1982); colaborou, nas comemorações do II centenário da morte de Pombal (1982), com o estudo As ciências exactas no tempo de Pombal, integrado num número comemorativo da revista Brotéria; durante as comemorações do II centenário da Academia das Ciências de Lisboa (1986), no I Colóquio sobre história do desenvolvimento da ciência em Portugal, apresentou a comunicação A Física na reforma pombalina. Em 1986, o Serviço de Educação da Fundação Calouste Gulbenkian editou um dos seus mais notáveis estudos, o seu volumoso livro História do ensino em Portugal. Desde a fundação da nacionalidade até ao fim do regime de Salazar-Caetano (965 p.) que veio, mais uma vez, colmatar um enorme vazio existente na historiografia portuguesa. Todo este projeto foi desenvolvido tendo em consideração que a história da educação não se circunscreve à história do ensino e das suas instituições, mas que se articula à história do movimento social, à situação política e, mais diretamente, ao processo evolutivo das atividades culturais; foi pesquisado não só material arquivístico, publicações oficiais sobre o ensino e outras, como também uma vasta bibliografia que inclui aspetos pontuais da atividade pedagógica portuguesa desde os primórdios da nacionalidade até ao 25 de Abril de 1974.

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