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Na sua ideia, a sanha guerreira de D. Henrique é a mesma força com que impulsionou as navegações ao longo da costa africana, no século XV, e deve-se a um espírito de cruzado, de inspiração medieval, despojado de interesses materiais e sem outro sentido que não seja desalojar o sarraceno do Norte de África e dos lugares sagrados do Médio Oriente. Tomando esta imagem como ponto de partida (preconcebido), as explorações desenvolvidas ao longo da costa ocidental africana, não poderiam ter outro objectivo que não fosse alcançar o Oriente e libertar a Terra Santa, atribuindo ao Infante um precoce plano das Índias. A pista já tinha sido alvitrada, de forma alegórica, por Damião de Góis e Camões, mas assumia agora a lógica de um raciocínio histórico que apresentou numa conferência realizada na Exposição de Sevilha, em 1930, tendo já publicado o texto em francês, no ano anterior (Origine du plan des Indes…, 1929). O texto mereceu uma resposta de Duarte Leite, com o artigo “Talant de bien faire” (História dos Descobrimentos, vol I, p. 67), evidenciando a forma como Bensaúde deixara de analisar os interesses económicos do Infante e da Ordem de Cristo nas explorações africanas, sucedendo-se duas novas cartas de Bensaúde, compondo um debate relevante (e bastante educado) pela forma como se contrapõem duas formas de olhar, seleccionar e analisar os factos para elaborar o discurso Histórico (A cruzada do infante…, 1942, p. 77). |
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