Regressado ao seu país natal em 1935, Léon Bourdon tornou-se professor-assistente de português na Universidade de Poitiers até ao início da Segunda Guerra Mundial que ditaria a sua mobilização de 1939 a 1942. Nesse mesmo ano foi nomeado titular da recém-criada cátedra de Português da Universidade de Toulouse, onde conseguiu formar um importante grupo de estudantes lusófilos. Durante esta passagem pela Universidade de Toulouse também contactou, em 1950, com Joaquim Veríssimo Serrão, que ali desempenhou as funções de leitor de português. Abandonou Toulouse em 1953 para aceitar o convite de direção da cátedra de Línguas e Literaturas portuguesas e brasileiras na Sorbonne e do seu Instituto de Estudos Portugueses e Brasileiros. Sucedia assim a Georges Le Gentil (1875-1953), figura igualmente pioneira e cimeira dos estudos universitários lusófilos em França. Léon Bourdon seria diretor do Instituto até se aposentar em 1969.

As investigações que consagrou aos estudos lusófonos contemplam um período que se estende do século XV ao início do século XIX. A sua área de investigação predileta foi, sem dúvida, a expansão marítima portuguesa nos séculos XVI e XVII. É a ele que se devem as traduções francesas, e respetivas anotações, de Crónica da Guiné de Gomes Eanes de Zurara (1410-1474), de Descrição da Serra Leoa, e de Rios da Guiné e de Cabo Verde de André Donelha (1560?- 1634?). A primeira tradução foi publicada em 1960, as duas outras em 1977. A presença portuguesa no continente asiático, e mais precisamente no Japão, também teve um especial destaque na obra do historiador. Publicou assim vários artigos em torno desse tema e, sobretudo, a sua fundamental tese de doutoramento apresentada na antiga Faculté des Lettres de Paris na Sorbonne, em 1949, La Compagnie de Jésus et le Japon (1547-1570). Contribuição de referência na matéria, este texto esperou até 1993 para ser publicado, na sua quase totalidade, através de uma parceria entre a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e o Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, com o qual, vale referir, Léon Bourdon manteve uma estreita ligação desde a sua abertura em 1965.

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