Formou-se na École Normale Supérieure de Paris, onde ingressou em 1920. Concorreu em seguida com sucesso às provas de Agregação em história e geografia do ano de 1923. Não chegou a lecionar diretamente em França, preferindo acumular experiência durante treze anos em Itália, Espanha e Portugal. Esta itinerância inscrevia-se num contexto de pós Primeira Guerra Mundial, durante o qual, apesar do seu enfraquecimento político e económico, a França investia em políticas de divulgação cultural ambiciosas fora das suas fronteiras.

De 1923 a 1925, Léon Bourdon foi assim aluno da École Française de Rome, onde se interessou essencialmente por Arqueologia e História da Arte. Ingressa em 1926 na recém-fundada Casa Velázquez de Madrid. Através do seu diretor, o arqueólogo e historiador Pierre Paris (1859-1931), aí contactou com outros jovens professores com Agregação e futuros hispanistas de renome, tais como Paul Guinard (1895-1976) e Robert Ricard (1900-1984). Rumou a Portugal em 1927 para se tornar docente em Geografia na Universidade de Coimbra.

Acaba por abandonar as suas funções, logo em 1928, para assumir, em Lisboa, o cargo de diretor do Instituto Francês, criado nesse mesmo ano sob tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros franceses. Manter-se-á nesta posição até 1935, ano em que decide regressar a França. No âmbito das suas funções de diretor do Instituto dirigiu então o Boletim do Instituto Francês de Portugal, para o qual colaborou com publicações várias. Além da publicação semestral do Boletim (redigido em francês), Bourdon empenhou-se também em assegurar notoriedade ao Instituto, organizando conferências em presença de prestigiados convidados da intellitgentsia francesa, tais como os escritores Georges Duhamel (1884-1966), Jules Romains (1885-1972), Jacques Maritain (1883-1973) ou ainda o fisiologista René Leriche (1879-1955). Por outro lado, estabeleceu também, sempre que necessário, contactos privilegiados entre as autoridades francesas e os meios francófilos lusos, onde se destacavam então os professores universitários Hernâni Cidade (1887-1975), Fidelino de Figueiredo (1889-1967), José de Figueiredo (1872-1937) e Moisés Amzalak (1892-1975).

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