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Filho primogénito do 2.º matrimónio do poeta António Feliciano de Castilho com D. Ana Carlota Xavier de Vilhena, herdou do pai o título de visconde, tornando-se no 2.º visconde de Castilho por decreto de 1 de Abril de 1873. Júlio de Castilho e seus irmãos foram criados no elevado ambiente intelectual de convívio do pai, de que faziam parte Alexandre Herculano, Bulhão Pato, D. António da Costa, Almeida Garrett, Luís Augusto Palmeirim, Filipe Folque, entre outros nomes cimeiros da cultura do seu tempo. O meio erudito em que se movia e o estatuto social privilegiado de que gozava, em que predominava o gosto pelas letras e pelas artes, moldaram decisivamente a sua inteligência e sensibilidade. A valiosíssima biblioteca herdada, acrescida de novas aquisições, enriqueceu-a com anotações pessoais. À colecção de arte da família juntou as suas gravuras e telas, expressão do talento artístico com que também fora dotado, em que avultava um retrato a óleo do pai, uma das manifestações do culto que durante toda a vida prestou à sua memória. Feitos os estudos liceais, concluiu a formação académica no Curso Superior de Letras de Lisboa, fundado por decreto de 1858 e carta de lei de 1859, embora as aulas só viessem a ter início em Janeiro 1861. Para o adiamento muito influiu “a instabilidade política que se viveu durante quase toda a primeira metade do século” “e uma certa voga de atracção pelo estudo das ciências experimentais” (Sérgio Campos Matos, O Curso Superior de Letras, pp. 367-388; 370). Acabou por prevalecer que era sua responsabilidade formar jovens para acesso à universidade, formar professores para o ensino secundário e candidatos capazes para cargos da administração pública, cruzando assim a formação científica com a formação profissionalizante. Júlio de Castilho deve ter sido dos primeiros alunos, estreando-se com a dissertação “Comparação da literatura de Itália com a de Portugal nos fins do século XV”, cumprindo assim uma exigência pedagógica (Xavier da Cunha, “Júlio de Castilho estudante do Curso Superior de Letras, In memoriam, p. 37-47). Os desempenhos profissionais exercidos ao longo da vida foram uma concretização exemplar dos objectivos da inovadora instituição académica. |
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