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Admitido como amanuense da Biblioteca Nacional em 1869, ingressou no seu quadro, como 2.º oficial, em 1872, fazendo a partir de então uma carreira ascendente até chegar a Conservador em 1884, estatuto com que se aposentou, em 1911. A função profissional estável que exercia era compatível com a nomeação para cargos de destaque no âmbito político-administrativo. Cedo se tornou conhecido pela qualidade da colaboração em periódicos e jornais, para além das obras que ia publicando, que o tornaram personalidade prestigiada. Por convergência destes factores, corroborados pela origem familiar, foi escolhido para Governador Civil do Distrito da Horta, no Faial (1877-1878), onde deixou como marca dos poucos meses em que exerceu o cargo, um notável texto dirigido aos párocos sobre o dever de se dedicarem à instrução primária das populações rurais para combater o generalizado analfabetismo e assim conter a emigração (Ernesto Rebelo, in Arquivo dos Açores, vol. VIII, 1982, pp. 91-93). Júlio de Castilho expressava deste modo uma das preocupações do liberalismo, regime de que foi aderente convicto e sincero e em que participou como “monárquico sem transigência” (Conde de Bretiandos, “O Homem”, In memoriam, p. 141). Desta missão resultou a obra O Archipelago dos Açores (1886)e Ilhas Occidentais do Arquipélago Açoreano (1886). Ainda chegou a ser nomeado para idênticas funções no distrito de Ponta Delgada, sem que nunca tivesse tomado posse. O fim súbito do primeiro cargo e a nomeação não efectivada para o segundo, decorreu da instabilidade do rotativismo político-partidário em que o país entrara. Desempenhou um cargo diplomático com a nomeação de cônsul-geral de Portugal no Zamzibar (1888). Com o perfil de homem público combinava-se a faceta de “filantropo incansável e anónimo, de “propagandista de nobres e salutares doutrinas” (Matos Sequeira, Elogio histórico, p. 370). Numa sociedade cheia de preconceitos, “de incoerências, de vergonhosíssimas transigências, manteve-se como um “católico sem desvios” (João Vacondeus, In memoriam, p. 133), com uma prática que se repercutiu em preocupações de ordem social. A mais significativa foi a conferência O Cristianismo e o Operariado, proferidaem 1897, na esteira da encíclica Rerum Novarum de Leão XIII sobre a condição operária, no contexto da inovadora temática do documento pontifício. |
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