No Panorama publicou uma minuciosa e extensa biografia de Almeida Garrett. Colaborou, igualmente, na Época, Pharol, Civilização Popular, Discussão, Politica Liberal, Jornal do Commércio, Democracia, distinguindo-se pela elegância do seu estilo e pelo vigor com que dissertava sobre os mais diversos temas. Escreveu, em língua espanhola, a biografia de Almeida Garrett, que foi publicada na Revista Peninsular. Eram escassos os jornais literários desse tempo que não tivessem a sua colaboração. Foi director do Diário de Lisboa ao tempo da nova organização dada, em 1859, àquela folha oficial do governo. No Século escreveu, por muito tempo, o artigo editorial.

A Academia Real das Ciências aceitou-o como seu sócio efectivo e, pouco tempo depois foi, por votação unânime, nomeado, em 1856, secretário da mesma academia, sendo mais tarde nomeado a título perpétuo. A mesma Academia incumbiu-o de dirigir o Dicionário da língua portuguesa, de acordo os subsídios de Ramalho, legados a Alexandre Herculano e, pelo falecido historiador, vendido àquela corporação.

Latino Coelho foi par do Reino e ministro da Marinha desde Julho de 1868 até Agosto de 1869. Exerceu diversas comissões, como a encarregada da reforma da Academia das Belas Artes de Lisboa. Afastando-se do Partido Regenerador, aproximou-se sucessivamente dos históricos (1861-63) e do Partido Reformista - chegou a ser Ministro da Marinha no governo de Sá da Bandeira e do Bipo de Viseu (1868-69) - , para posteriormente abraçar os ideais republicanos, persuadido do que aí residiam seguras garantias ao direito de cidadania, nas suas múltiplas manifestações. Estivera ainda ligado ao “Clube dos Lunáticos”, desiludidos com os partidos tradicionais do rotativismo. Durante a experiência da I República espanhola (1873-74), ligou-se ao grupo republicano dos democratas (Oliveira Marreca, Sousa Brandão, e Bernardino Pinheiro, entre outros), e foi co-redactor, juntamente com Elias Garcia, do programa republicano publicado no periódico A Democracia (12 de Outubro de 1873). Esteve pois ligado ao Centro Republicano Democrático, que abandonou em 1878, e em 1883 integrava o directório do Partido Republicano. Nas assembleias políticas, usava da palavra com toda a correcção e dignidade, criticando, sem perder a postura nobre que era uma das virtudes salientes do seu carácter. Respeitado por todos os partidos da época no âmbito do regime monárquico que ele combateu, contava verdadeiros admiradores que faziam justiça às suas qualidades humanas e intelectuais. Latino Coelho foi comendador da ordem de Cristo, grã-cruz da Torre e Espada e de N. Sr.ª da Conceição.

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