General da brigada do Estado Maior de engenharia, ministro da marinha, lente na Escola Politécnica, vogal do Conselho Geral de Instrução Pública, deputado, par do reino, jornalista e escritor. José Maria Latino Coelho nasceu em Lisboa em 29 de Novembro de 1825, faleceu em Sintra, em 29 de Agosto de 1891. Seu pai, igualmente militar, quando tenente coronel, emigrou para Espanha devido à sua ideologia liberal e só em 1834 se estabeleceu em Lisboa.

Latino Coelho estudou francês, inglês e rudimentos de Matemática e de outras ciências exactas. Em 1837 inicou estudos de latim no Liceu Nacional de Lisboa e em 1838, estudou Lógica e língua grega. Tendo concluído os preparatórios, Latino Coelho matriculou-se, muito jovem, no primeiro ano da Escola Politécnica. Daí passou à Escola do Exército onde seguiu o curso de Engenharia Militar. Assentou praça em infantaria n.º 16 em 14 de Novembro de 1843, sendo, pouco depois nomeado alferes aluno do mesmo regimento. Foi promovido a alferes em 12 de Dezembro de 1848, a tenente a 14 de Julho de 1851, passando à arma de engenharia, no posto de coronel em 29 de Maio de 1878 e a general de brigada em 19 de Setembro de 1888. Em 1851, então tenente, depois dum bem sucedido concurso, foi nomeado lente substituto da cadeira de Mineralogia e Geologia na Escola Politécnica. Latino Coelho filiou-se no Partido Regenerador e foi eleito deputado, por Lisboa, nas eleições de 1854, tornando a ser deputado, por diversas vezes (1857, 1860, 1862, entre outras, para ainda ser eleito como candidato republicano em 1889 e 1890).

Salientando-se como distinto jornalista, carreira que encetara em 1849, estreou-se na Revolução de Setembro escrevendo uma série de artigos sobre as questões que agitavam então a Europa e sobre as diferentes etapas que marcaram a evolução das ideias democráticas, de que era adepto. Como activo colaborador de A Revolução, combateu o governo de então com o maior vigor. Durante algum tempo foi, igualmente, redactor principal dum jornal ligado ao seu pendor político - A Emancipação. Em 1851 fundou A Semana, jornal literário, colaborado por salientes escritores da época. Alguns dos seus melhores artigos foram dedicados a figuras eminentes das letras. Já, anteriormente, escrevera muitas biografias e uma colecção de tipos nacionais na Revista Peninsular.

1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | (Pdf)