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FAORO, Raymundo | |||||||||||||
Nos anos de 1990, a obra de Raymundo Faoro ganhou novos contornos políticos e intelectuais, sendo situada, a despeito da opinião do próprio autor, como base teórica das reformas neoliberais encaminhadas pelos governos de Fernando Collor de Mello e de Fernando Henrique Cardoso. Os seus conceitos de patrimonialismo e estamento burocrático passaram a ocupar um privilegiado espaço no debate público em torno dos temas da corrupção e das reformas do Estado. A vulgarização dos seus principais conceitos não foi acompanhada de uma sistemática análise da sua obra, ainda sendo poucos os estudos que tratam especificamente da interpretação faoriana. Os seus leitores, no entanto, apontam que a contribuição original que Faoro legou se deu em diversas dimensões, tais como: a ênfase na autonomia da esfera política; a apropriação inaugural de Max Weber no Brasil; o questionamento das teses que sustentavam a existência do feudalismo no Brasil e em Portugal. Em 2000 Faoro foi eleito, em votação unânime, para ocupar a cadeira número 6 da ABL, cuja posse, em virtude da sua frágil condição de saúde, foi por quatro vezes adiada, concretizando-se formalmente somente em setembro de 2002. Segundo o relato do seu filho, André Leal Faoro, na altura do seu falecimento Faoro estava trabalhando numa obra sobre militarismo. Morreu em 14 de maio de 2003 e foi sepultado no cemitério São João Batista, na zona sul do Rio de Janeiro. Na ocasião do enterro, o ministro da justiça Márcio Thomáz Bastos compareceu, representando o presidente Lula, de quem Faoro era amigo, e afirmou a sua importância para a construção da democracia brasileira. |
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