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Ainda em 1963, Mauro participou como co-fundador no lançamento da revista Caravelle, publicada pelo Institut d’Etudes hispaniques, hispano-américaines et luso-brésiliennes da Universidade de Toulouse e dedicada aos territórios ibero-americanos (Vayssiére, “Caravelle: entre Lettres et Sciences Humaines”, 2013, p. 3); no ano seguinte, organizou um colóquio em torno das capitais na América Latina. Nessa mesma década, o reconhecimento da posição ocupada por Mauro no contexto historiográfico francês enquanto especialista em história económica e na história da expansão europeia, sobretudo no período moderno, levou a que fosse convidado para colaborar na prestigiada colecção de manuais universitários “Nouvelle Clio. L’histoire et ses problèmes”. Redigiu assim os volumes 27, L’Expansion européenne (1600-1870) (Paris, 1964), e 32, Le XVIe Siècle Européen: Aspects Économiques (Paris, 1966). De acordo com os objectivos da colecção, e não abdicando do rigor que o caracterizava, Mauro apresentou no volume dedicado à expansão europeia 23 páginas de bibliografia, ainda assim não exaustiva, uma cronologia e uma síntese, na qual concedeu prioridade às questões económicas. O livro, nas palavras do colega Pierre Chaunu, historiador quantitativista, igualmente atento às formulações teóricas, revelava “la ligne vigoureuse d’une pensée personnelle” (Chaunu, “Le rythme trentenaire de l’expansion européenne”, 1966, p. 886), inovava na apresentação dos ritmos conjunturais da expansão europeia e afirmava-se como uma sólida contribuição no campo da história económica. No volume sobre a economia europeia, Mauro recorreu a conceitos da teoria económica e esboçou de novo uma síntese rigorosa, inovando pela sua contribuição valiosa para o mundo hispânico e pelo facto de integrar na economia da Europa quinhentista os territórios ultramarinos. Data também deste período a publicação, que se prolongaria nas décadas seguintes, de textos “programáticos”, nos quais Frédéric Mauro discutia os caminhos a seguir pela historiografia francesa de modo a desenvolver os estudos sobre as Américas, mormente a América Latina (Mauro, “Comment développer les recherches françaises…”, 1967; Vayssière, “Frédéric MAURO,…”, 2002, pp. 299-301). Em 1967, Mauro assumiu a titularidade da primeira cátedra francesa de história da América Latina na Faculdade de Letras e Ciências Humanas de Nanterre e, desde então, dividiu o seu tempo em França entre esta instituição e o Institut des Hautes Études de l’Amérique Latine, fundado em 1954 pelo geógrafo Pierre Monbeig, no qual ministrava um seminário de investigação. A ligação de Mauro a Portugal mantinha-se forte e, em 1968, foi eleito membro correspondente da Academia Portuguesa da História. Dois anos mais tarde, por proposta de Joaquim Veríssimo Serrão, reuniu um conjunto de textos seus, posteriores à defesa da tese de doutoramento, na colectânea Études Économiques sur l’Expansion Portugaise (1500-1900) (1970). Apesar do título, o conteúdo dos textos versa igualmente os grupos sociais (os mercadores) ou a relação entre economia, cultura e instituições sociais no Brasil, apresentando ainda uma parte dedicada a “Comparações e Perspectivas”, sublinhando-se, deste modo, a matriz estruturalista e comparativa dos Annales. |
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