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João Francisco Lisboa nasceu em Pirapemas, Maranhão, em 1812, fruto do casamento de João Francisco de Melo Lisboa e Gerardes Rita Gonçalves Nina. Oriundo de uma família tradicional e empobrecida, João Francisco Lisboa realizou os primeiros estudos em São Luís, capital do Maranhão, onde viveu até os onze anos. Após um breve retorno a Pirapemas, é enviado novamente a São Luís em função da morte do pai, quando tinha então quatorze anos. Nesse tempo, apesar de realizar sua formação em boa parte como autodidata, frequentou alguns letrados de renome, entre eles o professor de latim, filólogo, crítico e jornalista Francisco Sotero dos Reis (1800-1871), de quem se tornaria depois dissidente intelectual e político. Inserido no grupo dos liberais, Lisboa atuou desde os 20 anos na imprensa, editando jornais como O Brasileiro, Farol Maranhense, Ecos do Norte e Cronica Maranhense. Graças a essa atuação, ganhou destaque no partido liberal, sendo eleito para a Assembleia Provincial entre os anos 1834-1837 e 1838-1841, durante os quais também ocupou o cargo de secretário do governo (1835-1838). Em 1840, em meio aos rearranjos no cenário político ocasionados com a renúncia de Feijó e com a revolta da Balaiada (1837), com a qual é acusado de ter ligação, Lisboa enfrentou a experiência de alijamento político e a desilusão com os partidos. Esse distanciamento do jogo político-partidário se expressou em suas mordazes críticas publicadas, a partir de 1852, no Jornal de Timon, uma de suas publicações mais conhecidas, que sairia em doze volumes, sendo os dois últimos editados já em Portugal. Em 1855, João Francisco Lisboa viajou para o Rio de Janeiro, tendo ali uma breve estadia antes de partir para Lisboa, com a missão de coletar documentos relativos à história do Brasil nos arquivos portugueses. Em Portugal, enquanto frequentava a Torre do Tombo e os arquivos do Conselho Ultramarino, Lisboa entrou em contato com letrados e historiadores portugueses, entre os quais Alexandre Herculano. É nesse período que vai aprimorar as habilidades que, àquele momento, eram delimitadas como próprias de uma historiografia disciplinar moderna e que lhe colocariam posteriormente no panteão da historiografia brasileira. Essa obra tardia é expressa tanto nos dois volumes finais do Jornal de Timon, como em sua biografia inacabada do padre Antônio Vieira. Após sua morte, seu amigo Antonio Henriques Leal se ocupou de editar suas Obras Completas (1864-1865), em três volumes, o que ampliaria a recepção do trabalho de Francisco Lisboa nos círculos letrados brasileiros. |
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