No seu último trabalho sobre Portugal - Portugal: A Traveller's History (2004), HL valorizou ainda a pertinência: da Biografia - dando especial atenção a uma série de individualidades da História do nosso país - como Luís de Camões, Fernão Mendes Pinto e Alexandre Herculano, da Geografia – traçando percursos desde o Norte de Portugal até ao Algarve, e da Arte – destacando a importância da música, da arquitectura e da pintura portuguesas.

HL foi episodicamente criticado pelo seu posicionamento político conservador e antiliberal (designado como rightwing no universo político-partidário inglês) que se traduziu inclusivamente na sua produção historiográfica. Efectivamente, existe nas diferentes edições da obra A History of Portugal, uma valorização do nacionalismo, de natureza fundamentalmente política. A New History of Portugal é concluída com o elogio claro do Estado Novo e de Salazar. Este louvor é também enfatizado pela contraposição desse regime em relação à I República, caracterizada como um período de ineficácia e corrupção, durante o qual “The deliberations of parliament were heated and often disorderly, and the power of decision was exercised if at all by the Carbonaria and other gangs of agitators” (A New History, p.330). De acordo com HL, num lugar oposto ao desta desordem encontrava-se o regime estadonovista caracterizado como um período onde se consolidou “a greater social stability, which in turn allow a more responsible political process” (A New History, p.332) liderado por um Presidente do Conselho que protagonizou uma “politic of reform and development” (A New History, p.339). Esta análise de natureza mais subjectiva surge, de facto, como legitimadora de uma crítica resultante essencialmente do facto de HL não só não adoptar nos seus estudos históricos uma postura condenatória como assumir claramente uma posição laudatória em relação aos regimes salazarista e franquista.

Harold Livermore foi Correspondente Estrangeiro da Academia das Ciências de Lisboa e membro da Academia Portuguesa de História e da Royal Historical Society. A sua investigação sobre Portugal e o seu papel fundamental na divulgação da história e cultura portuguesas foram reconhecidos em 2005 pelo Presidência da República Portuguesa que o agraciou com a Grande Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.

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