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Membro da Comissão de Musicologia da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) (1958), juntamente com Sampaio Ribeiro e Manuel Joaquim, depressa assumiu as funções de consultor da FCG para os assuntos de musicologia e música antiga, devendo-se-lhe, designadamente, a orientação editorial da série Portugaliae Musica . A sua rede privilegiada de contactos pessoais com muitos dos mais importantes investigadores e intérpretes da música antiga no mundo fizeram com que M. S. Kastner desempenhasse durante quase meio século um papel único na presença da temática portuguesa nas principais obras de referência musicológica internacional ( Grove , MGG , Hugo Riemann Musiklexikon , Larousse de la Musique , as sínteses de Newman sobre a sonata barroca ou de Apel sobre o repertório de tecla europeu, etc.), representando ao mesmo tempo um factor crucial de internacionalização dos jovens investigadores e intérpretes portugueses que com ele estudaram. A sua obra publicada nem sempre reflecte toda a riqueza da sua reflexão e do seu ensino, assentes na inserção orgânica da música portuguesa no contexto ibérico, e deste no panorama global europeu, bem como numa preocupação de caracterização histórico-estilística eminentemente interdisciplinar onde a música se entrecruzava com as artes plásticas, a literatura e a vivência sociocultural de cada época. Avesso, pelo próprio carácter rebelde da sua personalidade, a uma submissão sistemática aos critérios de rigor filológico e historiográfico correntes na disciplina, cujas rotinas o atraíam menos do que ao acto criativo da conceptualização estética, as suas publicações contêm por vezes decisões discutíveis – quando não mesmo insustentáveis –, mas sempre muitas mais intuições brilhantes que continuam a constituir perspectivas fascinantes de reflexão para a pesquisa e a prática interpretativa. Membro correspondente (1965) da Real Academia de Belas-Artes, de Madrid, e objecto de diversas homenagens por parte da comunidade musicológica espanhola, recebeu em 1984 o doutoramento honoris causa pela Universidade de Coimbra, sendo seu patrono o reitor Ferrer Correia, e a comenda da Ordem de Santiago da Espada. Postumamente, foi-lhe concedido o grau de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República Mário Soares (1992). |
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