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Com idênticos propósitos de divulgação e de síntese, também revestida de preocupações didáticas, publicou em 1940 História Eclesiástica de Portugal. Sucessivamente reeditada em 1948, 1958 e 1968, teve em 1994 uma versão atualizada por Artur Roque de Almeida. Cumprindo o propósito de «objectividade e sem intuitos de apologia», a obra denota, no entanto, a proximidade ao clima de fervor nacionalista que o Estado Novo instigava, interessando ao autor sublinhar a «unidade de Fé» que deveria pôr fim à presumida «inquietação em que viveram os Portugueses nos períodos de desentendimento do Estado com a Igreja» (História Eclesiástica..., I). A solidez do trabalho convivia com o propósito de sublinhar o papel histórico da Igreja Católica na história do país, assacando a elementos estranhos à nacionalidade (entre eles, os «preconceitos anti-religiosos do filosofismo francês», as «influências maçónicas» e as «tendências anárquicas do protestantismo, importadas de Inglaterra» História Eclesiástica de Portugal, p. 298) o que considerava ser o ambiente de perseguição à instituição eclesiástica, particularmente na avaliação que fazia da contemporaneidade portuguesa. Seguindo a organização por dinastias (embora não estabeleça apartado próprio para o período filipino), dedica o último período à «Monarquia liberal e República democrática», considerando, embora, que reservava ao «século do Liberalismo uma autonomia que talvez o futuro lhe não reconheça» (História Eclesiástica..., III). Apreciada positivamente por José Vives e Pierre David, que a considerou um «excelente manual», revelador de «espírito crítico judicioso» e de abertura «às novas aquisições da ciência», tinha, entre outros méritos, o de sublinhar a escassez de produção historiográfica sobre a problemática religiosa, ainda que os contornos coevos se cingissem ao âmbito eclesiástico. Todavia, a obra revelava já incursões por âmbitos complementares, reservando, em cada apartado, capítulos dedicados ao ensino e às artes, bem como a elementos relativos à vivência religiosa dos fiéis. No que concerne à ponderação dos diversos períodos e dinâmicas, recorre aos termos «crise» e «restauração» para caracterizar aqueles que, em sua análise, se afiguram de menor ou maior fulgor da Igreja Católica, do catolicismo e dos seus agentes. |
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