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Manuel Múrias nasceu em Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, filho de Manuel Maria Múrias, à época escrivão e tabelião da comarca, e de Emília Jesus Múrias. Ainda novo, muda-se com a família para Lisboa onde, em 1922, se licencia em Filologia Românica, na Faculdade de Letras, e envereda pela carreira docente como professor do magistério primário, ao mesmo tempo que persegue uma carreira de intervenção cívica e política. Ligado, a partir de 1922, ao Integralismo Lusitano, de cuja segunda geração faz parte, afasta-se progressivamente do movimento, desvinculando-se em 1928 em conjunto com outros jovens, como Pedro Teotónio Pereira, Rodrigues Cavalheiro ou Marcelo Caetano. Integra, já nos anos 30, o Grande Conselho do Movimento Nacional Sindicalista, mas deriva aos poucos no sentido da solução conservadora que se vai cristalizar em torno de Oliveira Salazar, fazendo parte do núcleo que decide, em 1933, abandonar os "camisas azuis" e integrar-se na União Nacional. A partir daqui será um dos apoiantes inequívocos do Estado Novo. Do novo regime dirá, em 1939, que este era a única solução que inequivocamente retomava "o sentido de continuidade que se havia perdido, pelo regresso às permanentes da nossa atividade multissecular […] em vez de procurar adaptar fórmulas e normas estrangeiras" (Portugal: Império, 1939, pp. 15-16), perspetiva que, apesar de tudo, se mantém em linha com as propostas integralistas da juventude. Na estrutura do novo regime desempenhará, até ao final da sua carreira, uma série de importantes cargos técnicos e políticos: secretário e vogal da Junta de Educação Nacional; inspetor do ensino colonial; secretário-geral do Congresso da Expansão Portuguesa no Mundo; membro da Comissão Nacional das Comemorações Centenárias; diretor do Arquivo Histórico Colonial e censor da Academia Portuguesa de História. Será também deputado à Assembleia Nacional durante quatro legislaturas, entre 1942 e 1957. Paralelamente, dirigirá ao longo da vida uma série de publicações periódicas, com destaque para A Revolução Nacional, Nação Portuguesa, Ocidente e Acção – onde tem as colaborações mais significativas – e para o órgão oficial da União Nacional, o Diário da Manhã. Colabora ainda noutras publicações, como Bandarra, A Época, A Voz, Brotéria, Mundo Português, Revista do Ultramar, Gil Vicente, Revista da Cultura ou Pátria. |
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