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Com exceção de dois artigos publicados na revista Nação Portuguesa, órgão oficial do Integralismo Lusitano ("A língua dos escritores portugueses", no primeiro número da 2.ª série, e "A língua portuguesa no Brasil", no n.º 11), O Seiscentismo em Portugal, que desenvolve a dissertação de licenciatura apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa, será o seu primeiro trabalho editado em livro, em 1923, e logo com expressivo impacto mediático. Primeiro, espoletando uma polémica entre António Sérgio (que sobre o trabalho de Múrias publica uma crítica na revista Lusitânia) e António Sardinha (que responde na mesma publicação, defendendo o trabalho do jovem integralista); posteriormente, depois de uma resposta de Sérgio que é publicada na Seara Nova após a morte de Sardinha, será o próprio Múrias a publicar uma série de artigos atacando o seareiro na Nação Portuguesa, cuja direção passara a assegurar. De Sérgio diga-se, de resto, que as críticas que faz ao trabalho do jovem Manuel Múrias não eram diversas das que ele e outros intelectuais vinham fazendo ao ideário integralista em geral: um dogmatismo sustentado por um excessivo (e pouco sustentado) eruditismo; uma conceção positivista da História; um discurso contrarrevolucionário revisionista assente na apologia de um período supostamente paradigmático da história de Portugal (o século XVII); e uma atitude mental antirracionalista, assente na tradição enquanto fonte de experiência. Múrias segue estas linhas, ecoando em várias passagens (na análise à Companhia de Jesus e ao pombalismo, por exemplo) trabalhos de Sardinha e de outros integralistas. Em todo o caso, n'O Seiscentismo em Portugal e na polémica que o envolve surgem também, ainda que de forma algo incipiente, alguns dos principais tópicos que nortearão o pensamento histórico de Manuel Múrias, desenvolvido na segunda metade da década de 1920 e, em especial, ao longo das duas décadas seguintes. Primeiro nos Estudos históricos, uma série de trabalhos publicados como separatas da Nação Portuguesa cuja coordenação assume por sugestão de António Sardinha, em 1925 – e onde publica em nome próprio "Cultura peninsular no Renascimento" e "A política de África de El-Rei D. Sebastião". Posteriormente, em trabalhos como a História da Expansão Portuguesa no Mundo (1937-1940, em conjunto com António Baião e Hernâni Cidade), Portugal: Império (1939) e História Breve da Colonização Portuguesa (1940). E, já durante a década de 1940, em vários artigos publicados pela Agência Geral das Colónias, relativos à história da expansão e da colonização dos territórios ultramarinos. |
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