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Bibliotecário, arquivista, bibliófilo, historiador, patrimonialista, publicista e escritor, Gabriel Pereira nasce em Évora a 7 de Março de 1847, na antiga Rua da Ladeira (que leva, hoje em dia, o seu nome), na freguesia de Santo Antão, e falece em Lisboa, a 6 de Dezembro de 1911. Filho de António Pereira da Silva, professor no Liceu de Évora, e de Luísa do Monte Pereira, descendente de antiga família de lavradores eborenses, G. Pereira conclui o ensino primário e secundário em Évora, ingressando, de seguida, na Escola Naval, em Lisboa, que abandona a instâncias familiares. Matricula-se, depois, na Escola Politécnica da mesma cidade. Não termina, contudo, o curso e, embora sem ingressar em Letras, estuda Paleografia na Torre do Tombo. Na capital, frequenta a casa de Manuel Maria Bordalo Pinheiro e convive com os seus filhos, entre os quais Rafael Bordalo Pinheiro. Relaciona-se com outras individualidades que se destacariam no domínio das Artes e das Letras, a exemplo de Pedro W. de Brito Aranha, Gomes de Brito e António Enes, com os quais institui uma oficiosa academia literária e artística reunida, periodicamente, na Praça da Alegria, em Lisboa, e no estúdio de R. Bordalo Pinheiro, situado no antigo Largo da Abegoaria. Terminada a formação arquivística, G. Pereira viaja até Setúbal para ocupar o lugar de professor no Liceu dirigido pelo pai. Aqui se dedica aos estudos históricos e arqueológicos, numa antevisão da sua produção intelectual. Encerrado, porém, o Liceu, regressa a Évora onde, em 1872, e por interposição de Augusto Filipe Simões, a quem dedicará uma das suas primeiras obras (1875), trabalha como escriturário da secretaria da Santa Casa da Misericórdia, organizando e preservando, ao longo de 14 anos, o respectivo arquivo histórico. Actividade que lhe permite encontrar documentação relativa a bens considerados perdidos e redobrar, assim, os proventos da instituição. Em Évora, e como outros intelectuais do seu tempo, G. Pereira desenvolve e aprofunda o gosto pela história, arte, literatura e arqueologia, localizando, identificando e analisando fundos bibliográficos e arquivísticos, assim como artefactos arqueológicos. Cruzando conhecimentos eruditos e interesses pessoais, consagra-se também à tradução de obras clássicas em latim, como as de Estrabão e de Plínio, designadamente das que caracterizavam a geografia da Península Ibérica. |
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