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PEREIRA, Victor do Monte Gabriel | |||||||||||||
Em simultâneo, publica Dolmens ou Antas dos Arredores d’Évora (1875) e dirige a série Estudos Eborenses: História, Arte, Arqueologia, dada à estampa em 37 folhetos, entre 1884 e 1894. Obra que o insta a uma permanente actualização literária e científica, nacional e internacional. Ademais, disseca criticamente as realidades observadas, recorrendo aos modelos, evolucionista, progressista e migracionista, assim como ao método comparativo e de recolha oral. Defende um estudo metódico e científico do passado pré-histórico e proto-histórico do país, interessando-se, em simultâneo, pela história institucional e social, acompanhando algumas das novas linhas historiográficas assomadas além-fronteiras. Neste meio tempo, e pelo ofício n.º 164 da Direcção Geral de Instrucção Pública, de 15 de Novembro de 1879, o jovem paleógrafo G. Pereira é incumbido de organizar o cartório da extinta Junta da Fazenda da Universidade de Coimbra (UC), elaborando o índice provisório dos documentos do seu cartório publicado sob o título Catálogo Provisório dos Pergaminhos da Universidade de Coimbra (1888), enquanto redige Documentos Históricos da Cidade de Évora (1885-1891). Nova etapa profissional decursiva dos resultados obtidos nos arquivos da Misericórdia, mas também do ambiente menos benigno gerado em seu torno nos últimos tempos, e da proximidade a A. Filipe Simões (seu antecessor à frente dos destinos da biblioteca pública eborense e agora lente na Faculdade de Medicina da UC). Nada que obste G. Pereira a envolver-se com profundidade no desenvolvimento cultural eborense, na esteira de A. Filipe Simões, Joaquim H. da Cunha Rivara e Carl Justi, sendo nomeado vereador do Pelouro da Instrucção da Câmara Municipal de Évora, em 1886-1987. Nesta condição, defende a criação de bibliotecas e de museus escolares, promove a organização do ensino nocturno essencialmente dirigido às classes operárias, industriais e comerciais, e concorre para a instituição de um curso médio especial destinado à população feminina local. Procura, ainda, estender a Évora a tradição das tertúlias literárias que frequentara em Lisboa, apesar do maior conservadorismo da cidade alentejana onde existiam agremiações como o ‘Círculo Literário Eborense’ (1837) e a ‘Sociedade Harmonia Eborense’ (1849). À semelhança de Eça de Queirós, G. Pereira convive na ‘Sociedade Civilizadora União Eborense’, já então conhecida por ‘Bota Rasa’ (1839, 1871), instalada no centro da cidade, na Praça do Geraldo. |
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