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PEREIRA, Victor do Monte Gabriel | |||||||||||||
Convidado pelo seu antigo companheiro de juventude, António Enes, a quem se devem grandes transformações na orgânica da Biblioteca Nacional (BN), G. Pereira retorna a Lisboa para assumir o lugar de ‘empregado extraordinário’ da BN, a cuja colecção de antiguidades doa um lacrimatório de vidro. No ano seguinte, passa a conservador e exerce a comissão de director até 1902, ano em que é nomeado, por morte de Tomás Lino de Assunção, Inspector das Bibliotecas e Arquivos Nacionais. Aqui procede a aturados estudos das colecções e acervos existentes na instituição, a exemplo dos códices com iluminuras. Na qualidade, ainda, de director da BN, G. Pereira é, juntamente com José Leite de Vasconcelos, nomeado pelo Ministro das Obras Públicas para avaliar o espólio do arqueólogo Sebastião Estácio da Veiga que haveria de integrar o Museu Etnológico Português (1893). Entrementes, pugna, em vésperas da implantação republicana, por uma profunda reforma dos estudos e práticas arquivísticas em Portugal. Entretanto, G. Pereira integra a Comissão dos Monumentos Nacionais (CMN) (Lisboa, 1881), onde, em 1894, co-organiza três questionários para a inventariação dos monumentos a serem classificados como nacionais, e reúne informação sobre projectos de conservação e restauro. Em 1897, vemo-lo nas respectivas comissões do boletim e de redacção dos regulamentos, numa altura em que reconhece a importância do movimento ‘Artes & Ofícios’ no desenvolvimento da indústria portuguesa, repudia o restauro estilístico a favor do científico, e critica, com veemência, a ignorância, o desinteresse e a inércia das autoridades políticas nacionais neste domínio de actuação. A experiência cumulada no seio da CMN, o conhecimento do muito produzido nas áreas que cultiva, o contacto mantido com individualidades do meio, os cargos exercidos, o apreço crescente demonstrado pela área patrimonial, a coadjuvação levada a efeito na selecção de objectos de Évora a integrar, em 1882, a ‘Exposição de Arte Ornamental’ decorrida no Museu Nacional de Belas Artes (1884, Lisboa), e a organização, em 1889, de uma exibição na biblioteca pública de Évora, inaugurada pela família real, justificam que G. Pereira integre o grupo de intelectuais responsável pelos primórdios da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA). Ao tempo, ainda, como ‘Grémio Artístico’, a primeira Assembleia Geral (AG) ocorre a 27 de Março de 1890, elegendo G. Pereira para a vice-presidência de uma mesa orientada por J. Ramalho Ortigão. |
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