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PEREIRA, Victor do Monte Gabriel | |||||||||||||
Exercício que o estimulará a viajar até ao estrangeiro em 1891, após breves incursões por solo espanhol datáveis, pelo menos, de 1879. Percorre, então, alguns dos principais museus, bibliotecas e arquivos de Espanha, França e Inglaterra, onde encontra inspiração para determinados trabalhos. Em concomitância, redige contos e narrativas, e percorre os arredores de Évora em busca de vestígios arqueológicos, mormente megalíticos, possivelmente na sequência da visita efectuada a sítios arqueológicos minhotos, em antevésperas da primeira conferência arqueológica organizada em Portugal (Guimarães, 1877), e cujas impressões regista em cadernos repletos de desenhos da sua lavra que nos desvendam o eclectismo dos seus interesses patrimoniais. O desempenho de G. Pereira no âmbito da história da arte e da salvaguarda patrimonial permite-lhe abraçar, juntamente com o pintor aguarelista Enrique Casanova e o crítico de arte José Pessanha, o efémero projecto editorial Arte Portuguesa: revista de arqueologia e arte moderna, publicado em Lisboa, de Janeiro a Junho de 1895, para impulsionar as correntes literárias e artísticas manifestadas no país. Experiência que repete, designadamente em A Arte e a Natureza em Portugal, editada no Porto entre 1902 e 1908, ao lado de intelectuais como o historiador da arte Joaquim de Vasconcelos, com quem, a par da filóloga Carolina Michaëlis, havia de redigir a Biblioteca Internacional de Obras Célebres, publicada em 1911 pela Sociedade Internacional (Lisboa). G. Pereira entra para várias assembleias eruditas, a exemplo da Real Associação dos Arquitectos Civis e Arqueólogos Portugueses (RAACAP) (1863), cujo Boletim dirige já no fim da sua vida, da Sociedade de Geografia de Lisboa (SGL) (1875) e da Sociedade Literária Almeida Garrett, sendo sócio correspondente da Secção de Arqueologia do Instituto de Coimbra (1852) e da Academia Real das Ciências (1783). Considerado, por Ramalho Ortigão, herdeiro espiritual de André de Resende e de Frei Manuel do Cenáculo, G. Pereira, simpatizante monárquico, e como tantos outros pensadores coevos, dedica a vida ao estudo da história, da arte e da arqueologia da cidade que o vira nascer. |
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