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MARTINS, José Vitorino de Pina | |||||||||||||
As relações de Pina Martins com a Academia das Ciências de Lisboa estreitaram-se em 1978, quando foi eleito académico associado, mas foi a partir de 1983 – ano em que também foi eleito sócio de mérito da Academia Portuguesa da História –, que a sua actuação naquela instituição se tornou particularmente relevante. Com efeito, depois de ter sido eleito sócio correspondente em 1985, Pina Martins assumiu, em 1986, o lugar de Inspector da Biblioteca daquela instituição. Nesta qualidade, coordenará a realização de catálogos descritivos do fundo antigo (livros antigos portugueses, espanhóis e italianos), acrescentará a colecção de incunábulos deste importante acervo bibliográfico e envidará esforços no sentido de dotar a biblioteca da Academia de uma sala de trabalho que permitisse a sua abertura à consulta pública. Em 1991 foi eleito simultaneamente Presidente da Classe de Letras e Vice-Presidente da Academia. José V. de Pina Martins teve um papel relevante na modernização, internacionalização e abertura à sociedade civil da Academia das Ciências, desenvolvendo intensa actividade como académico. Entre 1989 e 1996 foi eleito membro de prestigiadas academias e sociedades científicas estrangeiras (Roma, Londres, Madrid, Salzburgo, Rio de Janeiro, Venezuela e Moscovo). Ainda durante este período foram-lhe atribuídos dois Doutoramentos Honoris causa: pela Universidade de Lisboa (1991) e pela Academia das Ciências de Moscovo (1996). Além destas distinções, Pina Martins recebeu ao longo da vida diversas condecorações (portuguesas, italianas, francesa e brasileiras) e alguns prémios (de ensaio do Pen Club, em 2008, e Pedro Hispano em 2010). Faleceu em Lisboa, em 2010. Obra e linhas de força do pensamento histórico: Foi em 1941, com 21 anos, que José V. de Pina Martins publicou, em Coimbra, o seu primeiro livro: uma colectânea de “poemas ascético-filosóficos” intitulada Pregunta de Pilatos eassinada com o pseudónimo Duarte de Montalegre. Pode dizer-se que esta publicação marcou o início do seu envolvimento com os círculos de intelectuais que animavam as diversas revistas poéticas então em voga em Coimbra. Com efeito, encontramo-lo, logo em 1943, como redactor principal de Estudos. Revista de Cultura e Formação Católica, publicada pelo ‘Centro Académico Democracia Cristã’, assinando um “Manifesto da Poesia Nova” onde se expõem os princípios do movimento do mesmo nome em que participavam, além de José V. de Pina Martins, Miguel Trigueiros e Eurico Colares Vieira. Entre outras colaborações literárias dispersas, conta-se a colectânea de poemas dada a lume em Altura. Cadernos de Poesia – onde também publicaram, pelos mesmos anos, entre outros, José Régio e Pedro Homem de Melo – e também a difusão de dispersos poéticos em Alma Nova, em 1945,e a publicação de ensaios em Via Latina, sempre como Duarte de Montalegre. Entre 1941 e 1963 Pina Martins estampará cerca de 70 títulos com este nom de plume. Nesta fase, ainda que tenha produzido alguns estudos críticos sobre História do Livro (como, por exemplo: Elogio della Bibliofilia de 1956, Note su Libri Cinegetici Italiani e Francesi dei Secoli XV e XVI de 1958, ou A Biblioteca Universitária de Urbino e os seus Incunábulos, de 1959) e sobre temas de literatura e de cultura (como Ensaio sobre o Parnasianismo Brasileiro de 1945, Reflexões críticas sobre Eça de Queirós de 1947, A Crítica Literária em Portugal de 1949, O Portuguez Constitucional e a Revolução de Setembro de 1836 de 1959, por exemplo) os seus interesses parecem ter-se orientado, sobretudo, no sentido da indagação filosófica e estética, numa busca de sentido ancorada numa visão muito crítica do materialismo, que se pretendia renovadora no seio do Catolicismo. |
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