Filho de Pedro de Brito Rebelo, figura importante do exército liberal falecida após o Cerco do Porto, Jacinto Inácio de Brito Rebelo (nascido a 25 de Outubro de 1830 em Ponta Delgada) teria igualmente actividade marcada pela vida militar, embora também se tenha destacado como bibliófilo, escritor e historiador. Estudou no Colégio Militar terminando o curso em 1847. A 27 de Julho desse ano assentou como praça em infantaria. Seguindo a carreira militar e até ser promovido a capitão, desempenhou diversas funções no sector das obras públicas em vários concelhos do país. Chegou a Coronel (1887) e atingiu a reforma (1895) enquanto general de brigada.

No campo literário foi autor de dramas e de poesias mas foi como historiador que se destacou, revelando manifesto interesse pelos acontecimentos ligados ao arquipélago dos Açores. Colaborou em diversos periódicos como, por exemplo, o Jardim das Damas, o Campeão das Províncias, o Jardim Literário, para além d’O Instituto e do Arquivo Histórico Português, onde mostrou qualidades notáveis como historiador. Foi um dos fundadores do jornal Concórdia (1873), onde foi o redactor principal, e d’O Ocidente, Revista Ilustrada de Portugal e do Estrangeiro (1878), revelando-se como um dos seus mais activos colaboradores. Nos vários estudos monográficos e artigos que escreveu deu especial atenção às figuras de Gil Vicente, Afonso de Albuquerque, Miguel Leitão de Andrade e Alexandre Herculano. Deve-se a Brito Rebelo a primeira publicação do Livro de Marinharia (1903) atribuído a João de Lisboa, manuscrito quinhentista encontrado na biblioteca dos condes de Castelo Melhor, bem como a publicação de uma edição popular da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto em quatro volumes (1908-1910).

Em Novembro de 1879 aceitou o convite de Ernesto do Canto para colaborador assíduo do Arquivo dos Açores. Desloca-se então para Lisboa vindo a proceder a sérias investigações na Torre do Tombo em busca de documentos que pudessem aclarar a história açoriana. Porém, face a índices incompletos e algumas cotas disponibilizadas por Ernesto do Canto a revelarem-se erradas – mas que, por vezes, até conduziam a novas descobertas –, as suas investigações foram morosas e difíceis. Note-se que na época a leitura da documentação do arquivo não era pública, os funcionários tinham um trabalho muito ocupado em torno dos diplomas régios, não existiam monografias de apoio nem os catálogos que surgiriam posteriormente.

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