O seu trabalho de investigação foi igualmente útil ao conde Henry de Castries, que se aproveitou dele para a elaboração da obra Sources Inédites de l’Histoire du Maroc. Para além disso, trocou correspondência assiduamente com Inocêncio Francisco da Silva, abordando sobretudo questões ligadas aos artigos do Dicionário Bibliográfico Português, que lhe ocupavam seis a oito horas de trabalho por dia para além daquelas que dedicava em simultâneo a outros projectos.

Em 1903, ao publicar um manuscrito de carácter náutico compilado em meados do século XVI que atribuiu ao piloto João de Lisboa, mas que continha igualmente indicações recolhidas por outros pilotos, Brito Rebelo empregou o termo “livro de marinharia” para o designar. De acordo com Luís de Albuquerque doravante os manuscritos semelhantes passaram a receber essa mesma designação e, na ausência de um autor a quem pudessem ser atribuídos, consideraram-se suposta e expressamente da autoria dos pilotos que com maior evidência surgiam citados nesses mesmos documentos, muito embora alguns fossem compostos por capítulos escritos após a morte dos autores a quem eram creditados. Este procedimento não teve a aderência explícita dos historiadores na época mas com o tempo tornou-se prática usual.

Paralelamente à vida intelectual, Brito Rebelo foi um cidadão empenhado nos domínios da vida pública. Sendo filho de um militar que esteve envolvido nas lutas contra os absolutistas e estivera presente no desembarque do Mindelo, revelou uma sensibilidade cívica ligada à defesa dos valores pátrios e que se alargaria aos problemas relacionados com a emigração açoriana para as ilhas de Sandwich, onde os seus conterrâneos sofriam maus tratos, tal como na questão das vítimas dos terramotos açorianos.

Em 1888 recebeu a comenda da Ordem de Avis e, já tardiamente, em 1911, tornou-se sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. “Mestre dos investigadores portugueses do seu tempo”, conforme referiu António Baião (Catálogo […], 1933, s/p), Brito Rebelo faleceu a 5 de Fevereiro de 1920, em Lisboa. Apesar da sua morte e labor historiográfico terem passado despercebidos aos olhos do grande público, Brito Rebelo deixou um legado cultural notável recentemente aclarado num estudo de José Damião Rodrigues e Francisco Silveira, onde é destacado como um dos historiadores mais importantes de finais do século XIX a princípios do seguinte na área dos descobrimentos marítimos portugueses.

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