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S. LUÍS, Frei Francisco de (Cardeal Saraiva) | |||||||||||||
Refletiu sobre a escassez de documentos sobre os descobrimentos portugueses e apresentou explicações para esta falta. Entre as causas para o reduzido número de documentos aponta a eventual política de sigilo, tese esta que continua a ter vários defensores nos nossos dias. Tanto quanto se sabe, foi Saraiva o primeiro a apresentar esta explicação, embora apresente outras causas para a falta de documentação. O seu papel como historiador dos descobrimentos foi destacado pela Associação Marítima e Colonial, agremiação fundada na década de 1830, por iniciativa de oficiais de Marinha e de outras personalidades da sociedade civil que se preocupavam com as questões marítimas e coloniais. Saraiva foi acolhido como membro da mesma e nela desempenhou funções de presidente da comissão de redação dos Anais Marítimos e Coloniais. Neste periódico daquela associação, foi um dos autores que publicou em defesa da prioridade dos descobrimentos portugueses. O seu particular interesse por esta matéria nota-se em diversos textos seus. Denunciou as pretensões dos franceses relativas à expansão ao longo da costa de África. O seu «Índice cronológico das navegações, viagens, descobrimentos, e conquistas dos portugueses nos países ultramarinos desde o princípio do século XV», abrangendo um período que se estende de 1412 a 1811, foi escrito para demonstrar a prioridade portuguesa. É também um dos defensores de uma descoberta do Brasil, antes da viagem de Pedro Álvares Cabral. Baseia a sua tese num passo do Esmeraldo de Situ Orbis, de Duarte Pacheco Pereira, que pode ser interpretado como descrevendo uma viagem do próprio na costa brasileira, antes de 1500. O Cardeal Saraiva faleceu em 7 de maio de 1845, tendo sido sepultado no Panteão dos Cardeais, no Mosteiro de São Vicente de Fora, onde também se encontra o Panteão da Casa de Bragança. O seu funeral contou com a presença de inúmeras personalidades da sociedade nacional, nas quais se contavam os próprios monarcas, tendo tido direito a honras militares pelas guarnições do Exército e da Marinha, incluindo salvas de artilharia e de infantaria. Em Ponte de Lima, sua terra natal, a memória permanece na toponímia, como título de um periódico local (fundado em 1910) e com uma recente estátua que lhe foi erigida (2008). |
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