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O labor historiográfico de António Ribeiro dos Santos comporta duas vertentes. Uma que se prende com o seu magistério docente e com as solicitações no quadro da reforma pombalina e da censura ao Novo Código de Direito Público de Portugal elaborado por Pascoal José de Melo Freire circunstância que deu lugar a acesa polémica nas imediações de 1789. Uma outra vertente historiográfica, de natureza mais cultural, com considerações de natureza estética, diz respeito ao interesse do canonista pela literatura judaica de autores portugueses, pela literatura antirabínica, pelas traduções bíblicas, pela história da matemática, pela história da literatura, pela tipografia, pelos descobrimentos e pela poesia. No que diz respeito ao interesse não só pela História mas também pela Geografia Sagrada e Eclesiástica, António Ribeiro dos Santos desenvolve a partir de 1787, durante o Reitorado de D. Rafael de Castro, intensa pesquisa de que podemos avaliar os resultados e as dificuldades através da leitura de sucessivas versões e apontamentos. O objetivo era dar cumprimento ao que estava estatutariamente estabelecido no sentido de os lentes produzirem compêndios próprios para as disciplinas que lecionavam. A esse respeito, a História Eclesiástica de Portugal constitui para o canonista o maior desafio. Se para o âmbito geral se poderia resolver o problema através das obras de Claude Fleury ou de Giovanni Lorenzo Berti já a parte nacional exigia um levantamento de raiz o que acarretava dificuldades de prova documental credível que veementemente refere. Um outro desafio historiográfico, relacionado com a sua atividade de censor, decorre da necessidade argumentativa durante a intensa polémica com o seu colega Pascoal de Melo Freire. As intervenções na Junta de Revisão do Novo Código, ou seja, o contributo para a reforma de uma parte das ainda vigentes Ordenações Filipinas implicaram um particular cuidado de avocação histórica na exata medida em que Ribeiro dos Santos, contrariamente a uma postulação racionalista do absolutismo esclarecido de Melo Freire reivindica um reformismo resgatador das estruturas históricas tradicionais. Daí o intenso e aprofundado recurso à história das instituições políticas que vem a transparecer nos textos das censuras e que implicaram muitos ensaios parcelares como, por exemplo, Antiguidades de Portugal acerca das diversas classes de Nobreza (BNP, cód. 4595, vol. 13, pp.1-172) ou Da observância dos nossos maiores sobre os artigos que juraram guardar relativamente às coisas do Estado (BNP, cód.4670, fls. 189-213). |
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